Quem já foi em um show ou qualquer outro evento com grande aglomeração de pessoas sabe que está sujeito a uma revista de segurança e também a não poder entrar com alguns objetos, como guarda-chuva, por exemplo. Mas, em um comício de um ex-presidente dos Estados Unidos, atual candidato republicano das eleições deste ano no país e, principalmente, que foi alvo de um atentado que quase tirou sua vida, o esquema pode impressionar aqueles que nunca viram algo desse nível.
A reportagem do Terra foi a dois eventos com a participação de Donald Trump na Carolina do Norte (EUA), um Estado-pêndulo, ou seja, que não tem voto muito definido e, por essa razão, os dois candidatos estão realizando muitos eventos em cidades da região. O comício mais recente, que aconteceu no sábado, 2, já mostrava uma preocupação com segurança antes mesmo da entrada: ruas fechadas, muita polícia e até mesmo um drone no céu acompanhando cada movimentação.
Ao chegar ao local, mais polícia, agentes do Serviço Secreto e uma barreira feita para revistar cada um que chegava. Para nós, claro, não foi diferente. Tivemos que abrir mochilas e passar por um detector de metal. Não foi possível nem ficar próximos do policial que fazia a revista, ao tentar aproximação, um agente pediu: “Por favor, se afaste”.
Para não pegar ninguém de surpresa, uma placa logo na barreira informava uma lista de itens que não são permitidos dentro do comício, como: munições, balões, bicicletas, drones, explosivos, líquidos inflamáveis, recipientes de vidro ou metálicos, laser, spray de pimenta, até mesmo bastões de selfie, e armas – de qualquer tipo. O comunicado cita armas de fogo, armas de brinquedo e armas “de qualquer tipo”, além de proibir quaisquer outros itens considerados como um risco potencial à segurança.
Terminado a nossa revista e finalmente liberados, chegamos ao local onde o palco foi montado para receber o discurso de Donald Trump. Ao olhar para cima, mais indicações de que a segurança é levada a sério: pelos telhados ao redor, havia pelo menos dois ou três snipers com binóculos e bem armados, observando tudo de um ponto de vista privilegiado. Esse cuidado é justificado principalmente após Trump ter sido alvo de um atentado que quase tirou sua vida. No dia 13 de julho deste ano, durante comício na Pensilvânia (outro Estado pêndulo), o atirador Thomas Matthew Crook conseguiu subir em um telhado e, armado, disparou contra o ex-presidente, que foi atingido na orelha. Um homem que estava na plateia também foi baleado e morreu.
Já no comício de Trump que o Terra participou na quarta-feira, 30, na cidade de Rocky Mont, também havia uma lista de itens proibidos, sendo um dos mais curiosos eletrodomésticos como torradeiras, cigarros eletrônicos e guarda-chuvas.
Antes de entrar no evento, a segurança já estava bem reforçada no momento de estacionar o carro: era preciso passar por uma tenda onde o veículo era todo revistado, do porta-malas até o capô, e um cachorro ainda farejava o automóvel durante o procedimento. Quem foi a pé, também era revistado. Isso não intimidou os apoiadores, que formaram uma longa fila - que virava a enorme quadra do centro de convenções que recebeu o evento.
Na mesma quarta-feira, o Terra também marcou presença em um comício da democrata Kamala Harris em Raleigh, capital da Carolina do Norte, que também proibia os mesmos itens dos eventos de Trump, como aerossóis, isqueiros, facas, armas de fogo, e ainda impunha restrições para cadeiras ou “qualquer outro item considerado perigoso pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos” -- como estabeleceu um comunicado para quem se inscreveu para o comício. A mesma lista se repetiu para um novo evento de Kamala na Carolina do Norte, na cidade de Charlotte, também no sábado, que contou com a presença de Bon Jovi.