Com segurança reforçada, o ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca Donald Trump voltou neste sábado (05/10) a Butler, no estado da Pensilvânia, para comandar um novo comício no local onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho.
"Como eu dizia...", disse ele à multidão no início do discurso, em referência à interrupção do comício anterior menos de três meses atrás. "Por 15 segundos, o tempo parou. Esse monstro cruel liberou o mal... o vilão não conseguiu atingir seu objetivo."
Na sequência, Trump tocou em temas corriqueiros da sua campanha, como ataque a imigrantes e americanos transgêneros, assim como críticas à sua rival democrata na disputa presidencial, Kamala Harris.
Trump discursou no mesmo palco onde, em 13 de julho foi atingido de raspão na orelha direita por um tiro de fuzil enquanto falava para uma multidão de apoiadores. O autor do disparo acabou sendo morto por agentes, mas o caso também expôs uma série de falhas na segurança do candidato e levou à queda da diretora do Serviço Secreto dos EUA.
Um dos participantes daquele comício de Trump, Corey Comperatore, foi atingido e morto por um dos tiros disparados pelo autor do atentado contra o ex-presidente.
No novo comício deste sábado, Trump contou com cerca de 50 convidados "VIPs", incluindo o empresário Elon Musk.
O proprietário da SpaceX e da rede social X (ex-Twitter), muito ligado a causas da ultradireita mundial, havia justamente anunciado apoio aberto a Trump na esteira do atendado em julho.
Além de Musk, Trump convidou os membros da família de Comperatore, incluindo sua esposa, filhas e irmã, assim como dez xerifes da região, congressistas republicanos e seu candidato a vice-presidente, o senador JD Vance.
A tentativa de assassinato de Trump causou um terremoto na campanha eleitoral dos EUA e provocou a renúncia da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, poucos dias depois, após reconhecer que o episódio havia sido um fracasso de segurança sem precedentes.
Por alguns dias após o atentado, a campanha de Trump também dominou o noticiário, levando analistas a especular se o episódio acabaria por fortalecer decisavemente o republicano na disputa presidencial.
Mas, apenas uma semana depois, afundando nas pesquisas, o presidente dos EUA, Joe Biden, desistiu de disputar a reeleição, abrindo caminho para sua vice, Kamala Harris, e mudando a dinâmica da disputa. O atentado rapidamente deu lugar no noticiário às mudanças na campanha democrata.
Atirador
Trump foi baleado e ferido por um jovem de 20 anos cujos motivos ainda são desconhecidos até hoje.
O jovem atirou de um telhado a cerca de 135 metros do palco onde Trump discursava, momentos depois que várias pessoas alertaram os serviços de segurança sobre sua presença suspeita.
Após o ataque, o Serviço Secreto recomendou que o ex-presidente limitasse seus eventos a locais fechados e aprovou um plano para melhorar sua segurança que incluía o uso de placas de vidro blindadas.
Trump estreou o equipamento em um comício, novamente ao ar livre, em agosto, na Carolina do Norte.
Em 15 de setembro, Trump foi alvo do que se acredita ser uma segunda tentativa de assassinato, quando agentes do Serviço Secreto avistaram um homem com um fuzil semiautomático escondido atrás de arbustos em um clube de golfe do político e empresário na Flórida.
jps (EFE, AFP, ots)