Trump ordena "grande investigação" sobre fraude eleitoral

Presidente afirma que liderança de Hillary no voto popular se deve a pessoas que foram duas vezes às urnas e ao apoio de imigrantes ilegais

25 jan 2017 - 12h46
(atualizado às 14h40)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta quarta-feira (25/01) o início de uma investigação sobre uma suposta fraude na eleição presidencial de novembro, uma afirmação que não tem respaldo em evidências e é rejeitada até por membros do Partido Republicano.

"Vou pedir uma grande investigação sobre fraude eleitoral, incluindo aqueles registrados para votar em dois estados, aqueles que são ilegais e até os registrados para votar que estavam mortos (e muitos há muito tempo)", escreveu Trump no Twitter. "Dependendo dos resultados, fortaleceremos nossos procedimentos de votação", acrescentou.

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Eleitores americanos votam na eleição presidencial, em 2016
Eleitores americanos votam na eleição presidencial, em 2016
Foto: Getty Images

Todos os 50 estados americanos e o Distrito de Columbia finalizaram suas contagens, sem relatos de fraudes nas dimensões alegadas por Trump. O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, não forneceu evidências que respaldem a denúncia de Trump. "Ele acredita no que ele acredita com base nas informações que recebeu", disse.

Nos últimos dias, Trump afirmou que houve até 5 milhões de votos ilegais na eleição de novembro, o que teria feito a democrata Hillary Clinton vencer no voto popular. A vitória dela não se refletiu no colégio eleitoral, que determina o vencedor do pleito. Trump ganhou no colégio eleitoral por 304 a 232. Nas urnas, Hillary teve 2,8 milhões de votos a mais que o rival.

Se a denúncia de Trump for verdadeira, essa seria a maior fraude eleitoral da história dos Estados Unidos.

Mesmo antes da vitória, Trump havia denunciado várias vezes que as eleições foram manipuladas a favor de Hillary pelo voto em massa de milhões de imigrantes ilegais, de pessoas mortas e de pessoas que iam às urnas em dois ou mais estados. Membros do Partido Republicano, como o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, rejeitaram a denúncia.

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Em dezembro, Trump criticou abertamente o pedido de recontagem de votos feito pelo Partido Verde em alguns estado americanos nos quais o magnata saíra vencedor. Em Wisconsin, onde os votos foram recontados, Trump celebrou o resultado final. "A votação final em Wisconsin chegou e adivinhem: nós ganhamos mais 131 votos. Os democratas e o Partido Verde podem descansar agora. Fraude!"

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