Voto pelo correio? Eleitores americanos comentam serviço alvo de questionamentos sobre segurança

A reportagem do Terra ouviu a opinião de cidadãos dos EUA que consideram o sistema confiável e, principalmente, conveniente

2 nov 2024 - 07h35
(atualizado em 3/11/2024 às 01h21)
Voto pelo correio? Eleitores comentam serviço alvo de questionamentos sobre segurança
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Para brasileiros acostumados com urnas eletrônicas, o voto por correio pode parecer algo estranho ou sem muita credibilidade, mas é uma realidade nos Estados Unidos, e uma das opções para votar em um dos pleitos mais acirrados do país.

Preenchendo uma cédula de votação, é possível depositá-la em uma agência dos correios norte-americano, de competência federal, ou em uma das caixas de correspondências espalhadas por cidades como Charlotte, na Carolina do Norte, que tem sido observada de perto pelo candidato republicano Donald Trump e pela candidata democrata Kamala Harris no pleito deste ano. Isso porque o Estado é considero pêndulo, ou seja, ora vota por um partido, ora vota pelo outro, o que faz com que esses Estados sejam muito disputados por quem quer ganhar o voto dos eleitores.

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O Terra foi conferir como funciona o sistema e ouviu a opinião de americanos que consideram o sistema confiável e, principalmente, conveniente para a correria do dia a dia das grandes cidades.

Danae Gregor dá sua opinião sobre votação por correio nos Estados Unidos
Danae Gregor dá sua opinião sobre votação por correio nos Estados Unidos
Foto: Karen Lemos / Terra

O norte-americano Zack, por exemplo, que é natural de Charlotte, considera que o sistema garante acesso a qualquer pessoa que queira votar nas eleições, mas, que por alguma razão, não tem tempo de ir a algum local de votação para valer esse direito. “[O sistema de voto por correio] permite que nossos votos sejam contabilizados como um benefício acessível, um serviço público e, além de tudo, gratuito”, elencou em conversa com a reportagem.

Zack até empurrou uma caixa de correspondência e tentou colocar sua mão dentro do baú para provar que não tem como acessar o conteúdo depositado. “Eu diria que, definitivamente, é preso ao chão, eu não consigo mover, não há nada que eu possa realmente fazer para acessar [o interior da caixa]; minhas mãos são pequenas e mesmo assim não consigo fazer nada”.

O americano Zack mostrou que não possível tentar retirar correspondências de uma caixa de correio nos EUA
Foto: Karen Lemos / Terra

Já Danae Gregor, que também conversou com o Terra, disse que nunca votou pelo correio, mas já auxiliou os pais a participarem do pleito dessa forma. “Eles utilizaram o serviço de correio e não tiveram nenhum problema. Eu literalmente os vi preenchendo [a cédula de votação], colocando no correio, enviando, e o voto deles estava lá”, completou.

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A americana ressaltou ainda que nem é preciso ir atrás de uma caixa de correspondência pela cidade. “Você pode literalmente enviar [o voto] de sua casa [através de sua caixa de correio], é só cinco segundos de distância (...) eu fiz isso para os meus pais, eles me deram a célula de votação e eu coloquei na caixa de correspondência, eu tive essa experiência.”

O Terra foi até a uma agência de correios dos Estados Unidos para saber como é o sistema de voto por correio. Mesmo não podendo registrar imagens dentro do local, já que é uma propriedade federal, conseguimos ver uma cédula de perto: uma espécie de caderneta, que é lacrada e separada das demais correspondências para que não se misturem com demais correspondências.

‘Não vejo a hora de acabar’

Apesar das facilidades para votar, os americanos têm sentido uma tensão no ar, um reflexo da polarização entre democratas e republicanos que tem até dividido famílias no país. “Eu sinto essa tensão alta nas eleições até dentro de casa. Minha irmã e minha mãe pensam de formas diferentes; elas apoiam candidatos opostos, principalmente por causa do direito ao aborto para as mulheres”, explicou Danae Gregor.

 “Elas não chegam a brigar porque tem uma ótima relação, cada uma defende o seu ponto, mas não chegam a discutir feio. Porém, se um estranho falar com outro estranho e eles tiverem lados diferentes, não sei se posso dizer a mesma coisa, eles não se conhecem, não são próximos, então podem ir além de uma discussão saudável”.

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Questionado sobre o clima das eleições, Zack confessou que não vê a hora de chegar o dia 5 de novembro – dia da votação de fato – para as coisas de acalmarem. “Tem muita intensidade nessas eleições, as emoções estão altas; eu tenho um sentimento de que vai ser um bom resultado porque muitas pessoas querem participar da eleição sabendo que o impacto será maior do que jamais foi”, opina. “Mesmo sendo dois partidos diferentes, seja qual lado ganhar ou perder, tenho sentimento de que uma vez que isso passar; seja qual partido vença, nós aqui em Charlotte vamos nos ajustar a isso,” pontuou.

Fonte: Redação Terra
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