EUA admitem desrespeito ao padrão da pena de morte

1 mai 2014 - 02h00
(atualizado às 02h09)

Os Estados Unidos admitiram nesta quarta-feira que a execução da pena de morte do americano Clayton Lockett, 38 anos, condenado por assassinato, não respeitou o padrão "humanamente esperado" na aplicação da pena. Lockett morreu de ataque cardíaco 40 minutos depois de ter recebido uma injeção letal, no estado de Oklahoma. A agonia do condenado, que antes de falecer teve fortes convulsões, reacendeu o debate no país sobre a aplicação de penas de morte.

"Temos um padrão fundamental neste país, no qual, inclusive quando a pena de morte é justificada, o procedimento deve ser conduzido humanamente. Eu creio que todo o mundo reconhece que esse caso não alcançou esse padrão", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, durante entrevista coletiva. Clayton Lockett foi executado por ter assassinado uma jovem de 19 anos, em 1999.

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A porta-voz recordou que o presidente americano, Barack Obama, considera que "há alguns crimes que são tão atrozes, que a pena de morte é merecida", ainda que existam evidências de que a pena de morte tem poucos efeitos para exterminar esses tipos de delitos.

Carney citou, como exemplo, o caso de um outro preso que está no corredor da morte, também em Oklahoma, e que deveria ter sido executado após Lockett, por ter abusado sexualmente e assassinado uma menina de 11 anos, em 1997. "São, indiscutivelmente, crimes horríveis e atrozes", acrescentou.

Mas, com as complicações na aplicação da pena de Lockett, a execução do outro preso foi adiada por 14 dias, pelo governo do Estado, para apuração das causas das complicações na morte do condenado. Antes de morrer, Lockett permaneceu 40 minutos em estado convulsivo, e teve uma veia arrebentada. O normal nesse tipo de execução é que a morte ocorra em no máximo cinco minutos.

O caso também levanta polêmica sobre o uso de novas injeções letais, devido à falta das substâncias convencionais no mercado. Segundo a imprensa americana, as novas injeções estariam demorando mais a "matar" do que as anteriormente usadas, e estariam provocando os efeitos de sofrimento nos condenados.

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O caso de Lockett não teria sido o primeiro a acontecer, mas, em Oklahoma, ele foi o primeiro caso de execução a utilizar a "combinação" letal farmacêutica, diferente da tradicional.

Agência Brasil
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