EUA enfrentam 2ª noite de protestos em 170 cidades

Washington, Nova York, Los Angeles, Atlanta, Boston, Filadélfia, Oakland e Seattle foram as cidades onde aconteceram as maiores concentrações

26 nov 2014 - 07h54
Em Nova York, a polícia enfrentou centenas de manifestantes que fecharam pontes e ruas
Em Nova York, a polícia enfrentou centenas de manifestantes que fecharam pontes e ruas
Foto: Brendan McDermid / Reuters

Os protestos em Ferguson, no estado do Missouri, após o não indiciamento do policial que matou o jovem negro Michael Brown se estenderam nesta terça-feira para 170 cidades em 37 estados dos Estados Unidos, onde milhares de pessoas interditaram estradas e pontes para pedir justiça.

Washington, Nova York, Los Angeles, Atlanta, Boston, Filadélfia, Oakland e Seattle foram as cidades onde aconteceram as maiores concentrações, que se desenvolveram de forma majoritariamente pacífica, salvo por alguns incidentes isolados e detenções.

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Como medida de segurança, mais de 2 mil membros da Guarda Nacional e de outros corpos de segurança foram enviados para Ferguson, que tem cerca de 20 mil habitantes, a maioria de origem afro-americana, e fica nos arredores de Saint Louis, no estado do Missouri.

Após os distúrbios de segunda-feira, quando mais de 80 pessoas foram detidas, em Ferguson, centenas de manifestantes voltaram a desafiar a polícia na madrugada desta quarta-feira, em protesto pela decisão do grande júri de Saint Louis de não indiciar o policial branco Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael Brown.

Na cidade, a multidão se concentrou em frente ao distrito policial de Ferguson, que foi protegido com grades e barricadas de concreto, na Avenida de South Florissant, no centro da cidade.

"Saiam da rua. Permaneçam nas calçadas. Lá vocês podem se manifestar de forma pacífica. Quem ficar na rua será detido", ameaçou a polícia.

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"Estão tentando nos assustar", disse um manifestante encapuzado e com o rosto parcialmente coberto.

NY teve uma das maiores concentrações de pessoas na madrugada desta quarta-feira
Foto: Eduardo Munoz / Reuters

Apesar de não terem ocorrido atos de vandalismo tão graves como na segunda-feira, um grupo danificou e virou uma viatura da polícia perto da sede da prefeitura. Os agentes reagiram com gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, alguns deles com máscaras de proteção.

Fora do centro da cidade, várias estradas foram interditadas e isoladas por veículos das forças de segurança, enquanto bares, restaurantes e lojas de conveniência fecharam suas portas.

As grandes cidades de todo o país estão em alerta por possíveis distúrbios desde a noite de segunda-feira, quando se soube que o agente Darren Wilson continuará livre e não será processado depois que o grande júri do condado de Saint Louis, no Missouri, concluiu que não existem provas suficientes para sua acusação.

Em Nova York, por exemplo, centenas de pessoas se manifestaram pela segunda noite consecutiva.

A manifestação ocorreu entre as praças Union Square e Times Square, dois dos lugares mais conhecidos da cidade, e se desenvolveu de forma pacífica, com alguns incidentes isolados envolvendo ativistas e policiais.

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A imprensa local relatou que pelo menos três pessoas foram detidas pelos policiais quando tentavam manter interditada uma das principais avenidas da ilha de Manhattan.

Os manifestantes cantavam palavras de ordem como "sem justiça não há paz" e "mãos ao alto, não atirem", as mesmas utilizadas nos últimas protestos contra a brutalidade policial nessa cidade. Entre a multidão havia estudantes da City University of New York (CUNY), membros do Partido Verde do Brooklyn e ativistas de esquerda.

O túnel de Lincoln, que liga Manhattan com o estado vizinho de Nova Jersey, sobre o rio Hudson, e também uma ponte do lado leste da ilha que leva ao bairro do Queens chegaram a ficar bloqueados temporariamente.

Os manifestantes levavam cartazes com referências à atuação policial e pedindo justiça para o caso de Michael Brown, que morreu em agosto após ser atingido pelos disparos de um policial na cidade de Ferguson.

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O caso

Darren Wilson, policial branco de 28 anos, matou Brown, civil negro de 18 anos, com vários disparos no dia 9 de agosto, quando o adolescente estava desarmado e em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas.

Com informações da EFE e AFP.

Fonte: Terra
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