O governo Obama reconheceu nesta quinta-feira que está recolhendo uma grande quantidade de registros telefônicos a partir de pelo menos uma operadora de telefonia, defendendo a prática como necessária para proteger americanos de ataques e reabrindo um debate sobre privacidade.
A admissão aconteceu após que o jornal britânico The Guardian ter divulgado uma ordem judicial secreta relacionada aos registros de milhões de clientes da Verizon Communications em seu site, na quarta-feira.
Um alto funcionário do governo disse que a ordem judicial refere-se apenas a dados como um número de telefone ou a duração de uma chamada, e não às identidades dos assinantes ou o conteúdo das chamadas telefônicas. Essa informação é "uma ferramenta fundamental para proteger a nação de ameaças terroristas aos Estados Unidos", disse o funcionário, que falou sob condição de não ser identificado.
"Isso permite que o pessoal de combate ao terrorismo possa descobrir se os terroristas conhecidos ou suspeitos estiveram em contato com outras pessoas que podem estar envolvidas em atividades terroristas, em especial as pessoas localizadas dentro dos Estados Unidos", acrescentou o funcionário.
A revelação levanta novas preocupações quanto ao tratamento dado pelo presidente Barack Obama a questões de privacidade e liberdade de expressão. O governo já está sob críticas por ter vasculhado os registros telefônicos dos jornalistas da AP e os emails de um repórter da emissora de TV Fox, como parte de suas investigações sobre o vazamento de informações oficiais.
A ordem emitida na quarta-feira por um tribunal federal dos EUA se dirige às unidades de serviços para negócios da Verizon e ordena a entrega de dados eletrônicos diários até o dia 19 de julho. Não ficou imediatamente claro se a prática se estende a outras operadoras de telefonia.