EUA: Obama se prepara para batalha com republicanos

Orçamento de US$ 3,99 trilhões prevê um déficit de US$ 474 bilhões, o equivalente a 2,5% do Produto Interno Bruto do país

2 fev 2015 - 11h41
(atualizado às 15h02)
Obama discursa durante evento na Pensilvânia. 29/01/2015
Obama discursa durante evento na Pensilvânia. 29/01/2015
Foto: Larry Downing / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta segunda-feira um orçamento de US$ 3,99 trilhões para o ano fiscal de 2016, que abre uma batalha com os republicanos sobre os programas para aumentar a renda da classe média por meio de impostos mais elevados sobre as corporações e os norte-americanos ricos.

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O orçamento prevê um déficit de US$ 474 bilhões, o equivalente a 2,5% do Produto Interno Bruto do país, e projeta que vai se estabilizar nessa taxa ao longo de um período de dez anos, disseram altos funcionários do governo.

O orçamento de Obama incorpora propostas feitas em seu discurso do Estado da União e ajuda a destacar as prioridades dos democratas para o último ano de seu mandato e o início da campanha presidencial de 2016.

Trata-se de um documento político e também de um roteiro fiscal, que para entrar em vigor necessita da aprovação do Congresso, controlado pelos republicanos.

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"Nossa esperança é que, ao expressar ... uma visão econômica clara centrada em torno da classe média e do crescimento econômico, nós vamos ser capazes de ter uma conversa produtiva (com os republicanos) e progredir ao longo do ano", disse um funcionário do governo no domingo, ao esboçar uma prévia do orçamento.

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Os republicanos disseram ver espaço para um compromisso em áreas como a reforma tributária e infraestrutura, mas muitos dos programas de Obama, estabelecidos nas semanas antes do lançamento do orçamento, provocam alvoroço.

"Quando... ele dedica seu tempo e energia para falar sobre as novas políticas de gastos e impostos progressivos a que os republicanos universalmente se opõem, ele sinaliza ao Congresso que está mais uma vez buscando brigar em vez de legislar", disse Keith Hennessey, ex-assessor econômico do presidente republicano George W. Bush.

No entanto, os democratas consideraram o orçamento como uma afirmação das prioridades do presidente e uma oportunidade para demonstrar que são o partido que representa a classe média.

"(O orçamento) proporciona uma oportunidade para contrapor a sua visão de ajudar a classe média à abordagem do Congresso republicano, de exacerbar a desigualdade, ignorando a classe média e aumentando ainda mais os encargos daqueles que pretendem se inserir nela”, disse Neera Tanden, presidente do Centro para o Progresso Americano, que tem laços estreitos com a Casa Branca.

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Infraestrutura

O orçamento alcança cerca de US$ 1,8 trilhão em redução do déficit ao longo dos próximos dez anos, segundo as autoridades, por meio da reforma da saúde, impostos e imigração, mas a previsão parte do pressuposto de os republicanos apoiem os programas de Obama, o que é improvável.

Os republicanos bloquearam a legislação de reforma da imigração na Câmara dos Deputados, por exemplo, e o orçamento prevê a passagem de leis como essa.

O governo prevê a continuação da queda do desemprego, com uma estimativa de taxa de 5,4% em 2015 (atualmente está em 5,6%).

Além disso, propõe uma nova série de obras de infraestrutura, aumento de 6% em pesquisa e desenvolvimento, e uma polêmica junção de agências governamentais dos EUA. Obama propôs anteriormente combinar agências comerciais, mas a ideia fracassou.

O orçamento dedica US$ 14 bilhões ao fortalecimento das defesas de cibersegurança, após uma série de invasões de grande impacto por parte de hackers.

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Na política externa, o orçamento custeia os esforços para derrotar os militantes do Estado Islâmico e apoiar aliados europeus e da Otan contra a agressão russa, informou a Casa Branca.

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