Hackers invadem Twitter de revista e ameaçam família Obama

Mensagem afirma que os autores do ataque são do Estado Islâmico, o que ainda não foi confirmado pelas autoridades

10 fev 2015 - 16h17
(atualizado às 16h34)
Newsweek removeu o banner "cibercalifado" e os tweets e retomou o controle da conta em 14 minutos, segundo a revista
Newsweek removeu o banner "cibercalifado" e os tweets e retomou o controle da conta em 14 minutos, segundo a revista
Foto: Twitter / Reprodução

Hackers que se autodenominam parte de um "cibercalifado" ameaçaram o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua família ao assumirem o controle da conta no Twitter da revista Newsweek nesta terça-feira com as palavras "Je suIS IS", uma referência ao Estado Islâmico e ao ataque mortal contra a revista francesa Charlie Hebdo.

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O grupo, que também assumiu a responsabilidade por ter invadido contas do Pentágono nas redes sociais no mês passado, publicou a mensagem "#CyberCaliphate Dia dos Namorados Sangrento #MichelleObama! Nós estamos observando vocês, meninas e seu marido!"

O Dia dos Namorados é comemorado em 14 de fevereiro nos EUA.

A conta no Twitter mostrou uma cabeça enrolada num lenço preto e branco ao lado de uma bandeira proclamando "cibercalifado".

O "Je suIS IS" é uma referência à frase "Je suis Charlie" que surgiu no mês passado em apoio às vítimas do ataque por militantes islâmicos contra a redação da revista Charlie Hebdo em Paris que matou 12 pessoas.

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A Newsweek removeu o banner "cibercalifado" e os tweets e retomou o controle da conta em 14 minutos, segundo a revista. O grupo militante Estado Islâmico assumiu o controle de partes do território do Iraque e da Síria e declarou um "califado".

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Os hackers também publicaram uma mensagem destinada aos EUA em retaliação às suas ações no mundo muçulmano.

"Enquanto os EUA e seus satélites estão matando nossos irmãos na Síria, no Iraque e no Afeganistão, estamos destruindo o seu sistema de segurança cibernética nacional a partir de dentro", disse.

A mensagem continha uma lista de nomes sob o título "mujahideen bravos", em referência aos combatentes envolvidos na luta do grupo.

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pela invasão, no mês passado, das contas no Twitter e no YouTube do Comando Central dos EUA, um órgão que supervisiona as operações no Oriente Médio. Os hackers disseram ser simpáticos ao Estado Islâmico, que está sendo alvo de bombardeios de uma coalizão liderada pelos norte-americanos.

Na época, várias autoridades atuais e antigas de segurança e de inteligência dos EUA disseram que nunca tinham ouvido falar do "cibercalifado". Elas observaram que as contas no Twitter são mais vulneráveis a invasões cibernéticas que muitas empresas ou sites do governo federal.

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O ataque às contas do Comando Central no início de janeiro coincidiu com o anúncio das propostas de Obama para reforçar a segurança cibernética norte-americana depois de incidentes expressivos de ataques virtuais, incluindo um contra a Sony Pictures, pelo qual autoridades dos EUA culparam a Coreia do Norte.

O ataque cibernético desta terça-feira ocorreu no mesmo dia em que a coordenadora de contraterrorismo de Obama, Lisa Monaco, anunciou a formação de uma nova agência do governo para monitorar e analisar as ameaças de segurança cibernética.

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