O homem que matou a tiros dois policiais em Nova York no sábado chamou a atenção das pessoas que passavam pelo local antes do ataque, segundo relato da polícia local.
"Vejam o que eu vou fazer", teria dito Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos. O acusado tem um histórico de atos violentos e de instabilidade mental.
Brinsley atirou nos policiais Liu Wenjin e Raphael Ramos, que estavam dentro de um carro de patrulha da polícia no bairro do Brooklyn, antes de fugir para uma estação de metrô próxima e tirar a própria vida com um tiro.
Ele havia postado mensagens na internet dizendo que mataria policiais em retaliação à morte de Eric Garner, um homem negro e asmatico que morreu depois de ser imobilizado por policiais brancos.
O reverendo Al Sharpton, ativista pelos direitos civis que auxiliou familiares de Garner, disse que eles não têm nenhuma conexão com o assassino e classificaram as mortes de "repreensíveis".
Líderes comunitários pediram paz, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ordenou que as bandeiras na cidade fossem hasteadas a meio pau.
Na noite deste domingo, foram realizadas vigílias a vela em memória dos dois policiais.
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Tensão e protesto
Os policiais mortos foram homenageados em vigílias realizadas neste domingo
Brinsley já havia sido preso pelo menos 19 vezes. Segundo a polícia, ele teve uma infância turbulenta e com histórico de violência, o que levou a sua própria mãe a ter medo dele.
Em postagens em mídias sociais, ele havia expressado "desespero e fúria" em relação à sua situação de vida, segundo o detetive-chefe do caso, Robert Boyce.
Antes de matar os policiais, Brinsley já havia ferido a tiros uma ex-namorada.
As mortes ocorrem em um momento de tensão, com protestos em todo o país por causa das mortes de dois homens negros nas mãos de policiais brancos.
Os ataques também aumentaram a pressão sobre o prefeito de Nova York.
Em uma entrevista coletiva, policiais viraram suas costas a De Blasio, em protesto contra o que classificaram como seu apoio aos protestos contra a polícia.