Nova York, 13/07/2024 - O presidente da consultoria política Eurasia, Ian Bremmer, afirmou que a imagem do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump com sangue no rosto, após ser atingido de raspão por um tiro na orelha, é "icônica" e pode tornar a sua vitória mais provável nas eleições presidenciais, em novembro. "Eu suspeito que essa imagem vai se transformar em uma peça muito importante de sua campanha", disse Bremmer, ao avaliar o incidente com Trump, durante um comício, na Pensilvânia, na tarde deste sábado. "Torna mais provável que Trump vença", acrescentou.
Segundo o especialista, a imagem se contrasta com a "importante vulnerabilidade" do presidente dos EUA, Joe Biden, de 81 anos, pela sua idade e sua aparência "frágil". "É o oposto de frágil", avaliou, dizendo que a imagem de resposta de Trump ao atentado deve repercutir no mundo nos próximos dias. Líderes globais têm se posicionado sobre o incidente.
Outro ponto citado por Bremmer é a importância de os políticos americanos condenarem quaisquer atos de violência e acalmarem os eleitores. Líderes democratas e republicanos têm se posicionado sobre o incidente condenando a violência política nos EUA, incluindo nomes como o do presidente americano, Joe Biden, ex-presidentes como Barack Obama e Bill Clinton.
"Não há lugar numa democracia [para a violência política], por mais danificada que seja. O ideal é que isso seja feito de maneira bipartidária, no Congresso, na Câmara e no Senado, não postando, comentando e tuitando individualmente, mas a partir de toda uma sessão conjunta, condenando-a e trabalhando pela paz em uma transição pacífica, quaisquer que sejam os resultados das eleições daqui para frente", apelou o CEO da Eurasia.
Ele disse que está profundamente preocupado com o fato de que essa defesa conjunta não esteja acontecendo nos EUA. Nem Trump nem Biden tem feito isso, segundo ele.
Para Bremmer, a tentativa de assassinato do ex-presidente dos EUA Donald Trump foi o "pior evento" que poderia acontecer no país, diante das eleições presidenciais que ocorrerão em novembro, em meio à polarização no país. Ele teme que o incidente seja presságio para mais violência e instabilidade social à frente, lembrando que os EUA têm mais pessoas armadas. "Os EUA têm mais disponibilidade de armas e violência do que qualquer país do G7?, alertou o CEO da Eurasia.
Ele disse que as fake news e a desinformação propagadas nas redes sociais podem ajudar a turbinar a violência política nos EUA.