Ku Klux Klan reúne doações para agente que matou jovem negro

A facção New Empire Knights quer recompensar o policial por ter feito seu "trabalho contra o criminoso negro"

15 ago 2014 - 16h06
(atualizado às 16h07)
<p>Michael Brown, de 18 anos, foi morto por um policial em 9 de agosto. De acordo com a polícia, ele era suspeito de ter roubado uma loja perto do local onde foi assassinado</p>
Michael Brown, de 18 anos, foi morto por um policial em 9 de agosto. De acordo com a polícia, ele era suspeito de ter roubado uma loja perto do local onde foi assassinado
Foto: Twitter

Uma facção da organização racista Ku Klux Klan anunciou que realizará um ato para recolher fundos para o policial que matou um jovem negro no sábado passado em Ferguson, no Missouri, episódio que provocou uma onda de distúrbios na cidade e está sendo investigado.

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A coleta de dinheiro, anunciado pelo grupo New Empire Knights em seu site vai ocorrer em 23 e 24 de agosto na cidade de Sullivan, no Missouri. O texto pede que os voluntários façam doações a partir de US$ 10 para o "policial que fez seu trabalho contra o criminoso negro".

A Southern Poverty Law Center, organização que investiga grupos racistas, detectou nas redes a ação do Ku Klux Klan, que segundo o organismo está "desesperado por publicidade e oportunidade de disseminar o ódio e o terror".

A facção New Empire Knights, que se declara cansada dos grupos modernos da Ku Klux Klan e deseja uma volta às origens, afirma que a arrecadação é uma "recompensa" para o policial, considerado um "herói" e cuja identidade foi revelada hoje.

As versões sobre o que ocorreu no sábado, quando Michael Brown, um jovem de 18 anos foi morto pelo agente, são contraditórias.

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Dorian Johnson, um jovem que acompanhava Brown, contou que os dois estavam caminhando pelo meio da rua próxima a um complexo de apartamentos, quando um policial ordenou que usassem a calçada, o que gerou uma discussão.

"O policial disparou uma vez e quando meu amigo escutou o disparo virou e levantou as mãos", afirmou Johnson à imprensa. Segundo o jovem, Brown "começou a se jogar no solo e o policial se aproximou e seguiu disparando várias vezes".

No entanto, o chefe da polícia do condado de Saint Louis, Jon Belmar, sustentou que "um dos indivíduos, supostamente, empurrou o agente dentro da viatura" quando o policial iria sair. Além disso, o jovem teria "atacado fisicamente o agente, que disparou de dentro do automóvel, saiu e disparou várias vezes".

O chefe da polícia local, Thomas Jackson, declarou hoje que antes do episódio tinha ocorrido um roubo em uma loja próxima e que Brown tinha sido identificado como suspeito.

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A polícia e o FBI estão investigando o fato, que provocou a indignação da comunidade negra, que representa dois terços da população de Ferguson, um subúrbio de Saint Louis com 21 mil habitantes.

  
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