Líderes afro-americanos de North Charleston, nos Estados Unidos, onde um policial branco disparou oito vezes em um negro pelas costas no último sábado, exigiram nesta que a polícia use câmeras presas ao corpo como uma maneira de aumentar a supervisão sobre os agentes.
A divisão de Charleston da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e o Caucus afro-americano do Congresso estadual da Carolina do Sul cobraram dos legisladores locais apoio a dois projetos de lei sobre este tema que já tramitam no Legislativo estadual.
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As leis, promovidas pelo legislador local Wendell Gilliard, buscam, por um lado, obrigar os agentes a portarem câmeras enquanto estão em serviço e, por outro, criar uma subcomissão de seis legisladores para avaliar como outros estados usam estas câmeras.
"Pedimos ao Legislativo que deixe de adiar a lei e a promulgue para obrigar todos os funcionários públicos responsáveis por fazer cumprir a lei na Carolina do Sul a usarem câmaras no corpo", reforçou o presidente local da NAACP, Dot Scott.
Os disparos mortais de Michael Slager, policial branco de 33 anos, contra Walter Scott, de 50, foram gravados por um homem que passava pelo parque com um telefone celular, e "o vídeo não mente", apontou o líder afro-americano.
Os agentes locais incorporarem câmeras em seus uniformes foi proposta no início de março pelo grupo de trabalho criado pelo governo federal após os distúrbios pela morte do jovem negro Michael Brown em Ferguson, no Missouri, por um policial branco ano passado.
Nesta quarta-feira, o prefeito de North Charleston, Keith Summey, prometeu em entrevista coletiva que os agentes desta cidade do sudeste do país levarão câmeras presas ao corpo.
Ele disse que a cidade já tinha começado a tramitar esta medida, e recebido recursos para comprar 101 câmaras, além de prever adquirir outras 150.
Em dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou sua intenção de pedir ao Congresso a aprovação de US$ 263 milhões em recursos distribuídos ao longo de três anos para várias medidas relacionadas com as polícias locais, incluídos USS$ 75 milhões para que 50 mil agentes tenham acesso a este equipamento.