Magnata, ex-democrata e polêmico: relembre a trajetória de Donald Trump, eleito presidente nos EUA

Republicano derrotou a vice-presidente Kamala Harris e volta para seu segundo mandato

6 nov 2024 - 11h11
(atualizado às 11h32)
Donald Trump supera Kamala Harris e é eleito o 47º presidente dos Estados Unidos
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Aos 78 anos, o republicano Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos, nesta quarta-feira, 6, derrotando Kamala Harris, de 60. Este é o segundo mandato do bilionário, que ocupou a Casa Branca entre 2017 e 2021. Os holofotes estão todos voltados para ele neste momento, mas engana-se que a sua notoriedade vem de hoje. 

Toda a carreira de Trump é marcada por várias polêmicas, como processos de impeachment durante seu mandato, e condenações por fraude, abuso sexual e difamação, além de falas problemáticas. Com seu “retorno triunfal”, ele já prometeu “fronteiras fortes”, para impedir o ingresso de imigrantes ilegais, e que esse “vai ser era de ouro da América”. 

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O político é natural de Queens, em Nova York. Sua fortuna não foi construída do zero, pois ele vem de uma família rica, que acumulou fortuna no ramo da construção civil. Formado em economia pela Universidade da Pensilvânia, Trump iniciou a carreira no ramo imobiliário após receber um empréstimo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,8 mi) do pai, Fred Trump, que era filho de imigrante Alemão.  

Vida empresarial

Escolhido entre os cinco irmãos, ele assumiu a empresa familiar em 1971 e, posteriormente, mudou seu nome para The Trump Organization. Ao longo do ano, ele diversificou os investimentos e chegou a ser o dono da empresa responsável pelos concursos de beleza Miss Universo, Miss USA e Miss Teen USA. Mas foi com a publicação do livro ‘Trump: The Art of the Deal’, em 1987, considerada como um guia de negócios e ostentação, que ele alcançou a fama. 

Líderes mundiais parabenizam Donald Trump por vitória em eleição nos EUA
Líderes mundiais parabenizam Donald Trump por vitória em eleição nos EUA
Foto: Reuters

O livro também inspirou o produtor Mark Burnett a convidar Trump para estrelar o reality show ‘O Aprendiz', no qual duas equipes competiam em busca de um emprego nas empresas de Trump, além de outros prêmios. Com o reality, a fama de Trump atingiu um novo patamar, popularizando o nome do republicano pelos EUA e pelo mundo. 

Vida pessoal

Trump acumula três casamentos, dos quais teve cinco filhos. O primeiro foi com a modelo  tcheca Ivana Trump, entre 1977 e 1992, com quem fez três filhos: Donald Trump Jr., Ivanka e Eric. 

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O candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA, Donald Trump, beija sua esposa Melania em seu comício, no Palm Beach County Convention Center em West Palm Beach, Flórida, EUA, 6 de novembro de 2024.
Foto: REUTERS/Brian Snyder

A separação foi conturbada e Ivana chegou a relatar um episódio de agressão sofrido durante o casamento, além de acusações de traição de Trump com Marla Maples, que seria a segunda esposa do bilionário. Trump e Marla foram casados de 1993 a 1999 e tiveram uma filha, Tiffany Trump. O bilionário demorou alguns anos para ter outro enlace, e em 2005, casou-se novamente, desta vez com a eslovena Melania Trump, com quem segue até os dias atuais. Eles tiveram outro filho, Barron Trump.

De ex-democrata à presidência 

Trump é conhecido como um ‘grande’ líder da extrema-direita, e um republicano nato. No entanto, embora seja difícil de acreditar, ele já foi militante do Partido Democrata, mas mudou seus posicionamentos à medida que se envolveu mais a fundo com temas políticos. "Em Nova York, praticamente todo mundo era democrata", afirmou em 2015 à CNN

Em 2015, ele anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos pelo partido Republicano, com o slogan "Make America Great Again”. A vitória contra Hillary Clinton, no entanto, foi uma surpresa. Na época, ele conquistou voto de 306 delegados, contra 232 de sua oponente. 

Na Casa Branca, o seu governo foi marcado por políticas de nacionalismo econômico, o endurecimento contra a imigração e a retirada de acordos internacionais, como o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, feito entre os americanos e a antiga União Soviética, para o controle de armas nucleares. Os EUA também deixaram o Plano de Ação de Conjunto Global, bem como o Acordo de Paris. 

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O último ano de seu mandato foi decisivo para que Trump não fosse eleito e foi uma resposta à pandemia de coronavírus. O país norte americano tinha, em dezembro de 2020, 23% dos casos da doença do mundo todo e 19% das mortes. 

Trump aparece dançando ao som de Village People após discurso da vitória nos EUA
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Invasão ao Capitólio

Mesmo com a intensa campanha para reeleição, Trump foi derrotado pelo democrata Joe Biden em 2020. Após o revés nas urnas, Trump não reconheceu a derrota. Em 6 de janeiro de 2021, centenas de apoiadores de Trump invadiram e depredaram o Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, na tentativa de mudar o resultado das eleições

O ataque antidemocrático resultou na morte de cinco pessoas, incluindo um policial do Capitólio, e deixou cerca de 140 feridos. Mais de 700 indivíduos foram posteriormente identificados e detidos por sua participação na invasão.

Donald Trump ao lado de sua esposa, Melania, que o acompanhou durante todo o dia de votação
Foto: REUTERS

Centenas de apoiadores de Trump haviam se reunido em um parque próximo à Casa Branca em Washington num encontro chamado ‘Salvem os EUA’, naquela manhã. Os discursos Rudy Giuliani, um dos advogados de Trump, e do próprio Donald Trump repetiram mentiras sobre o processo eleitoral, alegando, sem provas, que as eleições foram fraudadas,e incentivaram a multidão a marchar até o Capitólio para lutar pelos EUA. 

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Os trumpistas dominaram os policiais na entrada do Capitólio, invadindo e depredando o local. A sede do Congresso dos EUA realizava naquele dia a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral, para certificar a vitória de Biden. A sessão, comandada pelo vice-presidente republicano Mike Pence, teve de ser interrompida. Os parlamentares foram retirados às pressas do prédio.

A audiência foi retomada apenas nas primeiras horas do dia 7 de janeiro, confirmando a vitória de Biden.

Condenações

Em maio, Donald Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado criminalmente por falsificar registros financeiros para ocultar um pagamento para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels, que teria sido sua amante, para evitar possíveis danos à sua campanha eleitoral de 2016. Ao todo, ele foi considerado culpado das 34 acusações criminais de falsificação. 

Trump aguarda a determinação da sentença, que poderá ordenar detenção ou pagamento de multa. A sentença deve ser proferida apenas no dia 26 de novembro. Especialistas alegam que a detenção do republicano é improvável.  

Além desta condenação, Donald Trump responde a outros três processos na esfera criminal sob a acusação de interferir nas eleições, conspiração e mau uso de documentos sigilosos após encerrar o seu mandato.  

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Em maio de 2023, o então ex-presidente foi condenado por abusar sexualmente e difamar a ex-jornalista E. Jean Carroll, nos anos 1990. A Justiça determinou que ele pagasse US$ 5 milhões à ela. No entanto, em um novo julgamento, o um tribunal federal de Manhattan concluiu que não houve estupro e determinação que ele pagasse à jornalista US$ 83,3 milhões. A defesa dele recorreu da condenação e espera reverter o caso. 

Donald Trump discursa como presidente eleito e promete ‘era de ouro’ dos EUA
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Nova campanha e atentado

Em meio a polarização que marca a disputa mais acirrada da história dos Estados Unidos, Donald Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato durante comício, no dia 15 de julho, na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando um atirador disparou contra ele. O republicano sofreu um ferimento na orelha e precisou ser retirado às pressas do local pelos seguranças. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram gravemente feridas. 

O suspeito do crime,  identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos,  foi baleado e morto no local por agentes do Serviço Secreto. Crooks, possuía registro como filiado ao partido republicano, agiu sozinho. 

O atentado provocou uma onda de críticas contra o Serviço Secreto. Como consequência, a  então diretora da agência Secreto, Kimberly Cheatle, renunciou em julho. Outros membros da equipe de segurança de Trump também foram realocados para diferentes funções. 

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Fonte: Redação Terra
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