Michael Moore: tiroteio é parte da vida normal do americano

O cineasta disse que os Estados Unidos é uma nação fundada na base da “violência”

25 mai 2014 - 13h02
(atualizado às 13h09)
Michael Moore também ressaltou essas chacinas como parte da cultura dos brancos e da política no país
Michael Moore também ressaltou essas chacinas como parte da cultura dos brancos e da política no país
Foto: FacebookMichael Moore / Divulgação

O cineasta Michael Moore disse em seu perfil no Facebook que não iria comentar o tiroteio que deixou sete mortos na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), pois os tiroteios em massa fazem parte do cotidiano dos americanos. “Tudo o que eu disse sobre o assunto falei 12 anos atrás”, disse o documentarista ao lembrar-se do tema abordado em seu filme “Tiros em Columbine” de 2002, sobre o massacre na escola do ensino médio, Columbine High School, no condado de Jefferson, Colorado.  

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Moore ainda disse que os Estados Unidos é uma nação fundada na base da “violência”, algo que cresceu nas fronteiras por meio da violência e permitindo aos “homens no poder” usar essa mesma violência para promover os “interesses americanos corporativos”.

Ele ainda lembrou que em outros países com histórico de violência (como Alemanha e Japão) e países com alto índice per capita de armas (como o Canadá), não chega “nem perto de matar cidadão em uma base diária como nós (americanos) fazemos”. Michael Moore também ressaltou essas chacinas como parte da cultura dos brancos e da política no país.

“Quase todos nossos tiroteios em massa são por homens brancos com raiva ou perturbados. Nenhum deles são cometidos pela maioria racial ou mulheres. Por quê? Mesmo quando 90% do público americano pede leis de arma mais fortes, há uma recusa do Congresso - em seguida, nós, as pessoas se recusam a removê-los do escritório. Então, a responsabilidade está em nós, todos nós”

O cineasta também atacou a National Rifle Associatian (NRA) por promover a ideia que “armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas”, ele diz que eles estão “meio certos”, pois na sua visão “armas não matam pessoas, os americanos matam pessoas”.

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Sobre o tiroteio

Os disparos ocorreram na área de Isla Vista, perto da Universidade da Califórnia-Santa Barbara, na noite de sexta-feira. As testemunhas descreveram uma BMW preta em alta velocidade pelas ruas e os tiros teriam sido disparados de dentro do veículo.

A polícia afirma que recebeu o primeiro alerta por volta das 21h30 (horário local). Seis minutos depois, o suspeito e policiais que foram mobilizados para a região trocaram tiros. O suspeito fugiu, mas depois de uma segunda troca de tiros com a polícia, ele acabou batendo o carro contra outro veículo estacionado.

Mais tarde, foi revelado que o atirador, Eliott Rodger, 22 anos de idade, foi encontrado morto dentro da BMW com um ferimento à bala na cabeça. A polícia afirma que não está claro se foi o próprio suspeito que disparou este tiro. Ele era filho de Peter Rodger, diretor-assistente na franquia de filmes “Jogos Vorazes”. Uma arma semiautomática foi encontrada dentro do carro. Ele teria deixado um vídeo-confissão em que fala sobre se vingar de mulheres que não deram seu carinho a ele.

 
Fonte: Terra
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