Mais de 20 anos após o escândalo envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, Monica Lewinsky voltou a falar sobre a relação que manteve com o democrata, dizendo que foi "vítima de abuso de poder".
Em artigo publicado pela revista Vanity Fair, ela diz ter dúvidas sobre seu consentimento ao caso com o ex-mandatário, pois ele estava em uma posição de poder muito acima da sua. Na época, Lewinsky era estagiária na Casa Branca, enquanto Clinton era o líder máximo dos EUA. Além disso, quando o escândalo veio à tona, ela e sua família receberam diversas ameaças do advogado do então presidente, Ken Starr.
De acordo com ela, o movimento #MeToo, que incentiva denúncias de assédio sexual e foi impulsionado após o escândalo envolvendo o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusado de abuso por dezenas de mulheres, a estimulou a falar sobre o assunto. Ao longo do texto, ela ainda demonstra como, apesar do apoio da família e dos amigos, teve de lidar com tudo sozinha, inclusive com um estresse pós-traumático que durou sete anos, ocasionado principalmente pela pressão da mídia.
"Eu sinto muito por você ter ficado tão sozinha", disse uma ativista, citando o movimento #MeToo. Em 1998, um veículo norte-americano divulgou os casos extraconjugais que Bill Clinton, na época já casado com Hillary, tivera com Lewinsky. Quando a informação veio a público, Clinton estava no meio de seu segundo mandato e passou por um processo de impeachment, que quase o afastou do poder.