O jornal americano The New York Times estampa na sua edição deste domingo um anúncio de página inteira de uma companhia da indústria de marijuana – reforçando a posição do jornal em favor da legalização desta substância.
A companhia, Leafly, avalia e critica diferentes variedades de cannabis, mais ou menos como revistas voltadas para produtos de consumo ajudam a informar a escolha dos compradores.
No mês passado, Nova York se tornou o 23º Estado americano a legalizar o uso de cannabis para fins medicinais.
O diário nova-iorquino, de tendência liberal, saudou a iniciativa e pediu a legalização da maconha em editorial no último domingo. No texto, o conselho editorial do jornal argumentou que a atual proibição da droga é prejudicial à sociedade, já que a maconha causa menos danos à saúde que o álcool ou o tabaco.
Debate crescente
O assunto virou um tema central no debate público americano, principalmente desde que os estados do Colorado e de Washington passaram a permitir a substância para fins recreativos, neste ano.
Os defensores da legalização acreditam poder conseguir algum tipo de liberalização também no Alasca, Arizona e Oregon, e talvez uma espécie de referendo nos próximos anos na Califórnia.
Porém, a legislação federal americana proíbe o uso de maconha, considerada uma droga perigosa e sem valor medicinal.
O governo do presidente Barack Obama disse que vai tolerar a experiência dos dois Estados que legalizaram a marijuana, mas que não tem intenção de mudar a legislação nacional.
O tema também levanta uma discussão regional sobre as drogas, já que os EUA são o principal defensor da estratégia de "guerra" contra o narcotráfico no hemisfério.
Enquanto a tática até agora privilegiou a ação armada, requereu bilhões de dólares e resultou em dezenas de milhares de mortos da Colômbia ao México, outros países discutem saídas alternativas, ilustradas pela legalização da maconha no Uruguai.