NSA espionou 60 milhões de ligações na Espanha em um mês, diz Greenwald

Jornalista postou uma imagem do jornal espanhol El Mundo de amanhã que traz na manchete a mais nova revelação sobre a espionagem da NSA

27 out 2013 - 19h32
(atualizado às 22h02)

O jornalista americano Glenn Greenwald afirmou neste domingo que a Espanha será o próximo país envolvido nas revelações a respeito da espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos. O jornalista postou uma imagem no Twitter que mostra a capa do jornal espanhol El Mundo de segunda-feira. A manchete: "NSA espionou 60 milhões de chamadas telefônicas na Espanha em apenas um mês". 

Um pouco antes, o jornalista Greenwald havia afirmado que "um grande país" descobriria amanhã que seus cidadãos foram monitorados pela agência americana. O jornalista ficou conhecido mundialmente pela série de reportagens baseadas nos dados sigilosos vazados pelo ex-agente da NSA Edward Snowden. A Espanha é o caso mais recente.

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"Mais um grande país descobrirá, amanhã de manhã, quantos milhões de seus cidadãos tiveram seus dados de comunicação interceptados pela NSA", havia dito Greenwald, sem especificar o país ou a publicação que faria as revelações. As únicas pistas dadas pelo jornalista foram negativas a perguntas de internautas sobre a França e a Índia - países já citados em reportagens anteriores.

Escutas na Alemanha

Neste fim de semana, reportagem do jornal alemão Bild am Sonntag afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi informado pessoalmente que o telefone celular da chanceler alemã Angela Merkel estava sob escuta, uma espionagem que pode ter começado em 2002. Segundo a reportagem, fontes da inteligência americana afirmaram que o diretor da NSA, Keith Alexander, revelou a operação contra Merkel em 2010. "Obama não encerrou a operação, e sim permitiu que continuasse", destaca o jornal, que também cita um alto funcionário da NSA.

A revista Der Spiegel informa na edição desta semana que documentos da NSA revelaram que o telefone de Merkel figurava em uma lista de alvos que deveriam ser espionados desde 2002, e permanecia sob vigilância poucas semanas semanas antes da visita de Obama a Berlim em junho. O escândalo de espionagem levou os dirigentes europeus a exigir um novo acordo com os Estados Unidos sobre a obtenção de informações de inteligência, ao mesmo tempo em que prossegue a luta contra o terrorismo.

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Em resposta à reportagem, a NSA desmentiu as informações e garantiu que, em nenhum momento, Obama foi informado de uma eventual espionagem a Merkel. O diretor da NSA, general Keith Alexander, "não falou com o presidente Obama em 2010 sobre uma suposta operação de inteligência que envolveria a chanceler Merkel e nunca falou de qualquer operação que a envolvesse. As versões da imprensa que asseguram o contrário não são corretas", afirma um porta-voz da agência.

A Alemanha enviará altos funcionários do serviço de inteligência aos Estados Unidos na próxima semana para exigir respostas sobre as acusações de que os serviços secretos americanos monitoravam o celular de Merkel, um caso que ameaça afetar as relações transatlânticas.

Na quarta-feira passada, Merkel questionou Obama por telefone sobre o caso e afirmou que espionar aliados seria um "abuso de confiança" entre sócios internacionais. Após as acusações, o governo alemão convocou o embaixador americano, uma iniciativa sem precedentes entre os dois aliados.

Fonte: Terra
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