O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira a formação de um grupo de coordenação entre agências federais para enfrentar a crise humanitária gerada pelo aumento de crianças imigrantes que cruzam sozinhas a fronteira, a maioria delas vindas da América Central. "O fluxo de crianças imigrantes não acompanhados na fronteira sul resultou em uma situação humanitária urgente que requer uma resposta federal coordenada e unificada", disse Obama em memorando dirigido a diversas agências do governo.
O número de crianças sozinhas que cruza a fronteira aumentou mais de 90% neste ano em relação ao ano passado. Além disso, está crescendo a proporção de meninas e menores de 13 anos que entram no país sem a companhia de um adulto, informou aos jornalistas Cecilia Muñoz, diretora do Conselho de Política Doméstica da Casa Branca. "A imensa maioria destas crianças vem de países centro-americanos", afirmou Cecilia.
Obama ordenou ao secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, estabelecer um "grupo unificado de coordenação" entre as agências "para garantir que haja uma unidade de esforços na hora de responder aos aspectos humanitários desta situação". Johnson designou o administrador da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em Inglês), Craig Fugate, como encarregado de coordenar o grupo de agências, que inclui os departamentos de Defesa, Estado, Segurança Nacional e Saúde e Serviços Humanos.
A coordenação será para garantir que se proporcionará "o alívio humanitário que as crianças necessitam, incluído habitação, cuidado, tratamento médico e transporte", explicou aos jornalistas o subsecretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas.
O governo de Obama prevê que os custos para cuidar e encontrar um abrigo para as crianças migrantes da América Central poderia chegar a US$ 2,2 bilhões este ano, de acordo com um relatório do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca enviado na sexta-feira passada ao Congresso. Esse número é mais do que o dobro do que os US$ 868 milhões que a administração pediu para essa finalidade em sua proposta de orçamento de 2015.
Segundo algumas estimativas não oficiais, o número de crianças sozinhas cruzando a fronteira poderia se aproximar das 66 mil este ano, quantidade quatro vezes maior do que há dois anos.