O presidente americano, Barack Obama, criticou nesta terça-feira os países que adotam leis discriminatórias contra os homossexuais, após a adoção pela Rússia de medidas que punem a "propaganda" gay.
"Se discriminam com base na raça, religião ou orientação sexual, violam a moralidade básica que penso que deveria transcender cada país", disse Obama ao responder a uma pergunta sobre a adoção da nova lei russa, em um programa noturno de entrevistas.
"Não tenho nenhuma tolerância com os países que tentam tratar os gays, lésbicas ou pessoas transgênero de uma maneira que os intimide ou prejudique", destacou Obama, acrescentando que a Rússia "não é o único país" que adota este tipo de legislação contra os homossexuais.
O presidente se referiu a países da África, não citando-os especificamente, onde "gays e lésbicas (também) são perseguidos de alguma maneira". Uganda, por exemplo, propôs uma medida que defendia a aplicação da pena de morte para a "homossexualidade agravada", um projeto que não chegou a se tornar lei.
"Isto faz com que as coletivas de imprensa sejam incômodas às vezes", disse Obama. "Mas uma das coisas que acredito que sejam muito importantes para mim é garantir que o povo seja tratado de forma limpa e justa", acrescentou.
A medida tomada pela Rússia e transformada em lei pelo presidente Vladimir Putin permite aplicar multas de mais de 5 mil rublos (US$ 156) a cidadãos que divulgarem informação sobre a homossexualidade entre menores, mas os críticos temem que pode levar a legitimar uma maior discriminação.
Esta lei provocou controvérsias diante da proximidade dos Jogos Olímpicos de Sochi em 2014 e gera preocupação ante a visita de atletas e espectadores gays, que podem enfrentar atos discriminatórios e inclusive ações legais. Obama minimizou tais temores, afirmando que Putin e a Rússia tinham o maior interesse em garantir que as Olimpíadas funcionem bem.