Obama defende vigilância: "ninguém está escutando conversas"

Na quinta-feira, os jornais Guardian e Washington Post divulgaram que a agência tem uma programa de coleta de registros da operadora de telefonia Verizon e de diversos empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Apple e Microsoft

7 jun 2013 - 13h39
(atualizado às 17h04)
Obama faz pausa durante discurso em San Jose, no Estado da Califórnia
Obama faz pausa durante discurso em San Jose, no Estado da Califórnia
Foto: AP
Obama defende "programa de vigilância" do governo
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta sexta-feira o programa de vigilância secreta mantido pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) ao dizer que o Congresso autorizou em repetidas ocasiões a administração federal a coletar registros telefônicos e dados de usários de internet no país. Na quinta-feira, os jornais Guardian e Washington Post divulgaram que a agência tem uma programa de coleta de registros da operadora de telefonia Verizon e de diversas empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Apple e Microsoft, desatando uma onda de críticas contra o governo americano.  

Em seus primeiros comentários desde que a polêmica sobre o tema emergiu, Obama disse que as salvaguardas necessárias para proteger a privacidade dos cidadãos americanos estão em vigor. "Ninguém está ouvindo ao conteúdo de ligações telefônicas", disse Obama, se referindo ao fato de que o monitoramento não se estende ao conteúdo dos registros telefônicos, mas tem o objetivo de observar números e a duração das ligações.

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Ele acrescentou que a coleta de dados de usuários de internet pela NSA visa apenas cidadãos estrangeiros, e não americanos ou pessoas que vivam nos Estados Unidos. "Eu acho que é importante reconhecer que você não pode ter 100% de segurança e também 100% de privacidade e zero de inconveniência", afirmou o presidente Obama. Ele disse ainda que o sistema ajuda o governo americano a evitar atos terroristas. 

O presidente americano também criticou os vazamentos destes programas classificados por parte da imprensa, e assegurou que não compartilha que eles sejam apresentados como medidas "de alguma maneira suspeitas". "Se cada passo que dermos para tentar prevenir o terrorismo acaba na primeira página de um jornal ou na televisão, presumivelmente as pessoas que tentam nos atacar serão capazes de se esquivar de nossas medidas preventivas", concluiu o presidente.

Governo dos EUA defende obtenção de registros telefônicos
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O jornal britânico The Guardian revelou que a NSA e o FBI recolhem todos os dias registros de chamadas de milhões de clientes das operadoras de telefonia, em virtude de uma ordem judicial secreta. Além disso, o Washington Post divulgou que também eram recolhidos dados dos servidores das grandes empresas americanas de internet, entre elas Microsoft, Yahoo!, Facebook, Skype e Apple, sobre comunicações no exterior.

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Apesar de o tema não ser de conhecimento público até as revelações desta semana, Obama afirmou que o programa da NSA não era secreto, uma vez que todos os membros do Congresso são informados sobre a coleta de registros telefônicos. Ele ainda disse que "está aberto ao debate" sobre como balancear as necessidades de segurança e de privacidade dos americanos, e que o considera "saudável para nossa democracia". 

Obama fez as declarações, que não estavam programadas, ao responder uma pergunta durate um ato em em San Jose, no Estado de Califórnia.

Com informações das agências AP, EFE e RT e da rede de notícias CBS

Fonte: Terra
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