'Não estamos curados do racismo', diz Obama após tiroteio

Para o presidente dos Estados Unidos, o legado da escravidão tem um impacto duradouro

22 jun 2015 - 12h12
(atualizado às 13h59)
Barack Obama, disse durante conferência em San Francisco, 19 de junho, que ataque à igreja expôs a 'praga' do racismo ainda presente nos Estados Unidos
Barack Obama, disse durante conferência em San Francisco, 19 de junho, que ataque à igreja expôs a 'praga' do racismo ainda presente nos Estados Unidos
Foto: Robert Galbraith / Reuters

"Nós não estamos curados do racismo", afirmou nesta segunda-feira (22) o presidente americano Barack Obama sobre a segregação que ainda paira sobre a sociedade americana poucos dias depois do tiroteio no qual nove negros foram assassinados por um jovem na Carolina do Sul.

"Não é apenas a questão de não dizer 'preto' em público, porque isso é rude, não é desta forma que medimos se o racismo ainda existe ou não", disse o primeiro presidente negro americano em uma entrevista ao programa de rádio "WTF com Marc Maron", transmitido nesta segunda de manhã.

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"Esta não é apenas uma questão de discriminação flagrante. As sociedades não apagam isso completamente de um dia para o outro o que aconteceu 200 ou 300 anos atrás", disse Obama.

"O legado da escravidão, de (leis de segregação racial) Jim Crow, da discriminação em quase todos os compartimentos de nossas vidas, tem um impacto duradouro e que continua a fazer parte do nosso DNA", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos ressaltou, no entanto, os progressos realizados. "É inegável que as relações raciais melhoraram durante a minha vida. As oportunidades aumentaram, as atitudes mudaram. Isto é um fato", disse.

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"Não podemos dizer que nada mudou sobre a questão das raças nos Estados Unidos", insistiu na entrevista realizada na sexta-feira.

O tiroteio de Charleston, um dos piores na história recente dos Estados Unidos, chocou o país reavivando os debates sobre as tensões raciais, a legislação das armas o ainda sobre a bandeira confederada do Sul.

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