Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os protestos na cidade norte-americana de Baltimore marcam a volta de um pesadelo recorrente, que continua a atormentá-lo: como acabar com os encontros fatais entre policiais e afro-americanos e a consequente violência relacionada a questões raciais.
O primeiro presidente negro dos EUA declarou repetidas vezes que os norte-americanos deveriam trabalhar mais para construir uma ponte sobre o fosso racial e levar adiante a luta por direitos civis promovida por Martin Luther King Jr.
E nesta terça-feira não foi diferente. Um dia depois dos protestos em Baltimore por causa de Freddie Gray, um negro de 25 anos que morreu após quebrar a coluna enquanto estava sob custódia da polícia, Obama fez um atento diagnóstico sobre o problema, mas não anunciou nenhuma nova iniciativa, alegando haver um limite para o que pode fazer.
"Acho que há departamentos policiais que precisam fazer um exame de consciência. Acho que há algumas comunidades que precisam fazer um exame de consciência. Mas eu acho que nós devemos fazer um exame de consciência como país. Isso não é novo. Tem acontecido há décadas", disse Obama.
Obama tem se esforçado para lidar com a delicada questão desde que protestos irromperam no ano passado após a morte de Michael Brown, um adolescente negro que foi morto a tiros por um policial branco em Ferguson, no Estado do Missouri. Um júri decidiu não indiciar o policial Darren Wilson pelo incidente.
Uma força-tarefa estabelecida pelo presidente recomendou uma série de medidas em março, com o objetivo de restabelecer a confiança entre os departamentos de polícia norte-americanos e as minorias nos bairros que patrulham.
As recomendações, que incluíam a investigação por promotores independentes de disparos feitos pela polícia, não chegaram a ser implementadas, e existem dúvidas sobre como financiá-las, com Obama, do Partido Democrata, enfrentando dificuldades em aprovar novos gastos num Congresso dominado pelo Partido Republicano.