Obama quer nomear "czar" do ebola, e descarta veto a voos

Congressistas republicanos pedem ao presidente que suspenda temporariamente os voos com origem nos países mais afetados pela doença, mas líder americano nega

17 out 2014 - 11h53
O presidente norte-americano, Barack Obama, fala à imprensa após reunião com sua equipe que coordena os esforços do governo de resposta ao Ebola, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira. 16/10/2014
O presidente norte-americano, Barack Obama, fala à imprensa após reunião com sua equipe que coordena os esforços do governo de resposta ao Ebola, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira. 16/10/2014
Foto: Larry Downing / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira que estuda a possibilidade de nomear uma pessoa para liderar a resposta perante o ebola na nação - um "czar" contra a doença -, e descartou, por enquanto, o veto a voos dos países afetados da África Ocidental.

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"Não tenho nenhuma objeção filosófica à proibição dos voos se isso servisse para garantir a segurança dos americanos, mas o que me dizem os especialistas é que essa ação seria menos efetiva que as medidas que estamos tomando (controle da temperatura dos viajantes nos aeroportos)", disse Obama aos jornalistas na Casa Branca depois de se reunir com seus assessores.

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Os congressistas republicanos pedem ao presidente que suspenda temporariamente os voos com origem nos países mais afetados pela doença perante o temor suscitado nos Estados Unidos pelo contágio de duas das enfermeiras que atenderam o paciente liberiano falecido no Texas, Thomas Eric Duncan.

"Se recebesse outras respostas dos especialistas, recomendações sobre vetar os voos, não duvidaríamos em fazer o que fosse necessário para evitar um surto aqui", destacou Obama, para insistir que agora considera que essa medida seria contraproducente.

"Se proibimos as viagens, é possível que algumas pessoas tendam a esconder informação para poder vir aos Estados Unidos", explicou.

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Obama, que cancelou seus deslocamentos fora da capital nos últimos dias para concentrar-se na resposta à crise do ebola, estuda agora nomear uma pessoa, um "czar", que lidere a estratégia federal, já que membros da equipe atual se encarregam também de outras crises prioritárias, como a luta contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

A equipe mais próxima do presidente nesta crise, com a qual se reuniu antes de seu discurso nesta tarde, é integrada por sua secretária de Saúde, Sylvia Burwell, o diretor dos Centros de Controle de Prevenção e Doenças (CDC), Tom Frieden, e as assessoras em Segurança Nacional, Susan Rice e Lisa Monaco.

"Talvez seja apropriado nomear uma pessoa adicional", comentou Obama.

Perguntado por um jornalista sobre quando faria esta nomeação e quem poderia ocupar o cargo, Obama se limitou a responder que "se nomeio alguém, lhes informarei".

O presidente disse compreender "o medo e a preocupação" gerado por uma doença como o ebola, mas se esforçou em ressaltar que o mais efetivo para proteger os americanos é conter a epidemia em sua "origem", ou seja, nos países da África Ocidental.

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"Se seguimos dando os passos apropriados, controlaremos a situação aqui (nos EUA), na África, no entanto, é mais difícil e demoraremos vários meses para ver o progresso que queremos ver", declarou.

Obama ressaltou que o risco que um cidadão comum se contagie com a doença nos Estados Unidos é "extraordinariamente baixo", mas admitiu que seu governo deve conseguir que os trabalhadores sanitários se sintam seguros em seu trabalho e estejam preparados para tratar o ebola sem riscos.

A epidemia, que castiga principalmente Libéria, Serra Leoa e Guiné, já causou 4.447 mortes e infectou 8.914 pessoas, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foto: Terra Arte

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