ONU: mais americanos têm usado maconha e buscado tratamento

Número de pessoas com mais de 12 anos que consumiram maconha pelo menos uma vez no ano anterior ao estudo aumentou para 12,1 por cento em 2012, frente a 10,3 por cento em 2008

26 jun 2014 - 12h57
(atualizado às 13h02)
<p>Uso da maconha parece ter caído no mundo de modo geral, refletindo o declínio em alguns países europeus, segundo o relatório da agência da Organizações da Nações Unidas (ONU) para drogas e crimes. Mas nos Estados Unidos houve aumento</p>
Uso da maconha parece ter caído no mundo de modo geral, refletindo o declínio em alguns países europeus, segundo o relatório da agência da Organizações da Nações Unidas (ONU) para drogas e crimes. Mas nos Estados Unidos houve aumento
Foto: Getty Images

Mais norte-americanos estão consumindo maconha à medida que sua percepção sobre os riscos à saúde decai, informou nesta quinta-feira a agência da Organizações da Nações Unidas (ONU) para drogas e crimes, sugerindo que a legalização possa aumentar ainda mais seu uso entre os jovens.

Em uma descoberta que pode aumentar o debate internacional sobre a descriminalização da maconha, a agência disse que mais pessoas em todo o mundo, incluindo na América do Norte, estão buscando tratamento para desordens relacionadas ao uso de cannabis.

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Ainda é cedo para compreender o impacto das recentes medidas de legalização nos Estados norte-americanos de Washington e Colorado e também no Uruguai, afirmou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) em seu relatório mundial de drogas, de 2014.

No entanto, para adolescentes e jovens adultos, “regulamentações mais permissivas da cannabis estão correlacionadas com a percepção de menor risco de uso”, o que pode afetar o consumo, disse o relatório.

Pesquisas sugerem que essa percepção de menor risco e o aumento da disponibilidade pode levar a um uso mais amplo, com mais jovens tendo contato com a droga, disse o UNODC.

O uso da maconha parece ter caído no mundo de modo geral, segundo o relatório, refletindo o declínio em alguns países europeus.

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“No entanto, nos Estados Unidos a percepção de menor risco da cannabis levou a um aumento em seu uso”, disse o UNODC, sem especificar o que pode ter causado essa mudança.

Eleitores em Washington e Colorado, em 2012, tornaram-se os primeiros nos Estados Unidos a legalizar o uso recreativo da maconha, mas leis federais ainda proíbem a venda.

Citando estatísticas de antes do efeito das novas regras, o UNODC disse que o número de pessoas nos EUA com mais de 12 anos que consumiram maconha pelo menos uma vez no ano anterior aumentou para 12,1 por cento em 2012, frente a 10,3 por cento em 2008.

Quanto a outros narcóticos, o aumento na produção de ópio no Afeganistão, com a ampliação da área de cultivo em 36 por cento em 2013, foi um “revés”, ao passo que a disponibilidade de cocaína no mundo caiu, já que a produção teve uma redução de 2007 a 2012.

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No ano passado, a produção mundial de heroína “retornou para os maiores níveis vistos” em 2008 e 2011, disse o UNODC.

“Até 200 mil pessoas morrem todos os anos por causa de drogas ilícitas”, afirmou o diretor-executivo da entidade, Yury Fedotov, em comunicado.

“Embora o público geral possa perceber a cannabis como a menos nociva das drogas ilícitas, houve um notório aumento no número de pessoas buscando tratamento para desordens causadas pelo uso de cannabis na última década”, assinalou o UNODC.

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