ONU quer que CIA pague judicialmente por torturas

Entidades de direitos humanos também pediram punições

10 dez 2014 - 13h18
A presidente do serviço de inteligência do Senado, Dianne Feinstein, apresenta relatório sobre táticas da CIA anti-terrorismo
A presidente do serviço de inteligência do Senado, Dianne Feinstein, apresenta relatório sobre táticas da CIA anti-terrorismo
Foto: Reuters

A Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas entidades que lutam pelos direitos humanos pediram que os responsáveis pelos programas de tortura da CIA sejam responsabilizados criminalmente por seus atos.

Ontem (09), um relatório da Comissão de Inteligência do Senado norte-americano apontou que as "técnicas reforçadas" (um eufemismo para tortura) utilizadas pelo órgão contra os terroristas "não foram eficazes" e nem levaram a resultados concretos. As ações ocorreram após os ataques do dia 11 de setembro de 2011, durante o governo de George W. Bush.

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Segundo a ONU, "o relatório confirmou o que a comunidade internacional já sabia" e que essa foi uma "política claramente orquestrada em alto nível na administração do presidente Bush".

De acordo com a entidade, "os crimes foram sistemáticos e as violações flagrantes contra os direitos humanos". Por isso, "por uma questão de direito internacional, os EUA são legalmente obrigados a levar os responsáveis à Justiça". Já a Anistia Internacional (AI) , através de sua diretora para a América, Erika Guevara Rosas, afirmou que "apesar das muitas provas que foram publicadas durante anos, ninguém foi levado perante a Justiça por autorizar ou perpetrar atos nos programas da CIA".

A ONG Human Rights Watch disse que o relatório do Senado sobre as torturas da CIA "demonstram que os pedidos repetidos de utilizar métodos duros para proteger os norte-americanos são ficções".

Segundo Kenneth Roth, diretor da HRW, é preciso "que os responsáveis sejam levados à Justiça ou a tortura permanecerá como uma 'opção política' para os futuros presidentes".

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A Comissão Europeia também se manifestou e "saudou a decisão do presidente Barack Obama em colocar fim" a todos os sistemas de torturas utilizados pelo órgão entre 2001 e 2009. Catherine Rey, porta-voz da alta representante para a Política Externa, Federica Mogherini, ressalto que a União Europeia "condena o uso da tortura em qualquer situação, incluindo a luta contra o terrorismo".

Fonte: ANSA Brasil
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