Os vazamentos de Bradley Manning: guerras, telegramas e Guantánamo

21 ago 2013 - 12h40
(atualizado às 13h34)
Bradley Manning, na saída do julgamento em que foi considerado culpado por espionagem (foto de arquivo)
Bradley Manning, na saída do julgamento em que foi considerado culpado por espionagem (foto de arquivo)
Foto: EFE

Um vídeo com civis iraquianos atingidos por tiros de soldados americanos a partir de um helicóptero, imagens de um ataque aéreo que matou dezenas de civis no Afeganistão por engano: os vazamentos de Bradley Manning deram a volta ao mundo.

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O soldado condenado por espionagem a 35 anos de prisão nesta quarta-feira revelou a impressionante quantidade de 250 mil telegramas diplomáticos e de 500 mil notas militares consideradas sigilo de Estado. As informações obtidas por Manning pararam no WikiLeaks, site criado em 2006 pelo australiano Julian Assange.

A seguir, os vazamentos em massa do jovem soldado e o trabalho do WikiLeaks colocaram em xeque o governo americano:

- A primeira informação que o próprio Manning reconheceu ter repassado ao Wikielaks foi um telegrama diplomático da embaixada americana na Islândia, em 18 de fevereiro de 2010.

- Manning também admitiu "a transcrição intencional" de um vídeo que mostrava civis mortos após os diparos de um helicóptero de combate americano no Iraque em julho de 2007. O documento, batizado como "danos colaterais", pelo WikiLeaks foi divulgado publicamente em uma entrevista coletiva concedida por Assange em abril de 2010 em Washington. Manning afirmou que tomou a decisão porque o vídeo o deixou "horrorizado".

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Foto de dezembro de 2001 mostram ação das tropas americanas e afegãs contra o Talibã no Afegnistão
Foto: AFP

- O soldado disse ser o autor do vazamento de um vídeo confidencial de um ataque por engano na localidade de Granai, no Afeganistão. Mais de 100 civis morreram na operação aérea do exército americano em maio de 2009.

- Mais de 250.000 telegramas do Departamento de Estado, procedentes de embaixadas e consulados de 1966 a 2010, foram divulgados pelo analista em várias etapas, de fevereiro de 2010 a setembro de 2011. Cinco jornais internacionais os analisaram e publicaram a partir de novembro de 2010: The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El País.

- Manning revelou ao público mais de 90.000 documentos relacionados com a guerra no Afeganistão e 400.000 relacionados com o conflito no Iraque. Em alguns foram revelados abusos, torturas e assassinatos de civis.

- A partir de abril de 2011 o soldado divulga os relatórios confidenciais de 779 detentos de Guantánamo; os documentos mostram que muitos foram detidos sem acusações e também revelam detalhes sobre o estado de saúde ou o teor de suas declarações, incluindo Khaled Sheikh Mohamed, cérebro dos atentados de 11 de setembro.

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