Parlamento Europeu exige que EUA esclareçam se espionaram a UE

30 jun 2013 - 04h34
(atualizado às 09h14)
Edward Snowden é acusado de espionagem, roubo e uso indevido de propriedade do governo dos EUA
Edward Snowden é acusado de espionagem, roubo e uso indevido de propriedade do governo dos EUA
Foto: AP

A União Europeia (UE) informou neste domingo que interrogou as autoridades americanas sobre as acusações de espionagem das instituições europeias e que aguarda a resposta. "Entramos em contato imediatamente com as autoridades americanas em Washington e em Bruxelas, apresentamos as informações da imprensa. Nos disseram que estavam verificando a exatidão das informações publicadas e que entrariam em contato", afirma a Comissão Europeia em um comunicado.

A revista alemã Der Spiegel afirma que a UE era um dos "objetivos" da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, acusada de espionar as comunicações eletrônicas em todo o mundo com o programa PRISM.

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A publicação sustenta as acusações com documentos confidenciais a que teve acesso graças às revelações do ex-consultor americano, Edward Snowden, procurado pela justiça de seu país por revelar informações sobre o programa.

Em um dos documentos, com data de setembro de 2010 e considerado "estritamente confidencial", a NSA descreve como espionou a representação diplomática da UE em Washington. Para executar as atividades de espionagem, microfones teriam sido instalados no edifício e a agência teria entrado na rede de informática, o que permitia a leitura dos e-mails e documentos internos.

No sábado, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, se mostrou "profundamente preocupado e impactado com as acusações de espionagem das autoridades americanas nos escritórios da UE". Ele disse que se as acusações forem comprovadas, isto prejudicaria consideravelmente as relações entre UE e Estados Unidos. Schulz pediu "um esclarecimento completo e informações adicionais rápidas" das autoridades americanas.

De acordo com a Der Spiegel, Washington tomou como alvos os escritórios da UE em Bruxelas e nos Estados Unidos. A representação da UE na ONU também foi objeto de uma vigilância similar, segundo a revista. A ministra da Justiça da Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, cobrou uma explicação imediata.

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"A parte americana deve explicar imediata e exaustivamente se as informações da imprensa sobre medidas totalmente desproporcionais de interceptação por parte dos Estados Unidos na UE são exatas ou não", disse.

"Não podemos conceber que nossos amigos nos Estados Unidos possam considerar os europeus como inimigos", completou. "Se as informações dos meios de comunicação estiverem corretas, isto recorda as ações entre inimigos durante a Guerra Fria", disse.

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