Protestos por conta dos disparos da polícia contra um imigrante mexicano desarmado no sudeste de Washington se espalharam para a maior cidade do Estado, Seattle, na quarta-feira, em que os manifestantes pediram mudanças nas táticas policiais nos Estados Unidos.
Cerca de 24 pessoas participaram do protesto no centro de Seattle, a 320 quilômetros da cidade agrícola de Pasco, onde Antonio Zambrano-Montes foi morto dia 10 de fevereiro. A morte do imigrante iniciou protestos em Pasco, alguns com centenas de pessoas na cidade de cerca de 68 mil moradores, onde metade é de origem hispânica e espera condenação por parte do governo mexicano.
Manifestantes disseram durante o protesto de quarta-feira em Seattle que os tiros foram o último exemplo do uso de força excessiva por parte da polícia em comunidades minoritárias nos EUA.
Zambrano-Montes, do Estado mexicano de Michoacan, tinha 35 anos e trabalhava em um pomar. O imigrante estava desarmado quando foi morto a tiros por três policiais nos quais jogou pedras antes de fugir em um incidente capturado em vídeo, disseram oficiais da polícia.
A morte gerou comparações com dois assassinatos conhecidos entre a polícia e negros em Ferguson, Missouri, e na cidade de Nova York. Nesses dois incidentes, os policiais brancos envolvidos não foram acusados.
Manifestantes em Pasco acusaram o departamento de polícia de usar táticas violentas quando lidam com a comunidade hispânica. Muitos dos imigrantes da área são trabalhadores agrícolas. Zambrano-Montes foi a quarta vítima fatal por tiros da polícia em Pasco nos últimos seis meses.
O departamento de polícia de Pasco disse que Zambrano-Montes ignorou comandos para se render e que a arma de choque falhou em reprimi-lo. Os oficiais envolvidos, incluindo um hispânico, foram colocados na área administrativa enquanto não são feitas investigações internas.
O grupo hispânico Conselho Latino disse na terça-feira que pediu para o Departamento de Justiça investigar se os direitos civis de Zambrano-Montes foram violados. O Departamento de Justiça não pôde comentar na quarta-feira. Um porta-voz da polícia afirmou que o departamento iniciou um inquérito independente.
O médico legista do Condado de Franklin, Dan Basdel, pediu um inquérito no qual um conselho de sete membros vai fazer uma determinação preliminar para ver se a morte foi justificada, após disto, um procurados vai decidir se acusações criminais vão ser prestadas.