O Senado do Estado norte-americano da Flórida, de maioria republicana, aprovou reformas abrangentes na lei estadual sobre armas na segunda-feira, aumentando a idade mínima para a compra e impondo um período de espera de três dias, em reação ao maior massacre a tiros em uma escola de ensino médio na história dos Estados Unidos, ocorrido no mês passado.
Os senadores aprovaram a legislação depois que uma emenda retirou uma cláusula que previa o armamento da maioria dos professores. A emenda foi concebida em parte para aumentar o apoio de muitos pais, agentes da lei e parlamentares que rejeitavam a ideia -- incluindo o governador republicano da Flórida, Rick Scott.
A nova lei aumenta para 21 anos a idade mínima para a compra de qualquer arma na Flórida e impõe um período de espera de três dias para a compra de qualquer arma. Agora o projeto de lei segue para a Câmara dos Deputados estadual, também controlada pelos republicanos.
Nacionalmente a idade mínima para a compra de armas já é 21 anos nos Estados Unidos, mas basta ter 18 anos para se comprar um fuzil na Flórida, sem período de espera.
A nova legislação veio à tona cerca de um mês depois de um atirador entrar na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, com um fuzil semiautomático estilo AR-15 e abrir fogo, matando 17 pessoas, entre alunos e funcionários.
O homem acusado pelo massacre tinha 18 anos quando comprou legalmente o fuzil que usou, disseram autoridades.
O projeto de lei aprovado pelo Senado da Flórida representa um rompimento com a Associação Nacional do Rifle (NRA), lobby pró-arma que vem resistindo a propostas para elevar a idade mínima ou impor novos períodos de espera para a compra de armas.
Um comitê da Câmara dos Deputados dos EUA aprovou uma legislação semelhante na semana passada, incluindo uma cláusula que permite aos xerifes criar programas voluntários para empossar funcionários de escolas como "delegados" armados, contanto que sujeitos à aprovação do distrito escolar e a um treinamento especial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou apoio a tal plano, também defendido pela NRA.