O ex-analista da NSA, Edward Snowden, acusou a Agência de Segurança Americana de repassar para Israel informações confidenciais em estado bruto, sem censura, violando o protocolo internacional, informou o jornal The New York Times nesta quarta-feira.
Os dados confidenciais compartilhados entre governos são, no geral, alterados para que, por exemplo, não apareça algum nome ou detalhe mais sensível, mas Snowden indicou ao jornal americano que os dados brutos não censurados, nem editados eram enviados de forma sistemática por Washington a seu aliado israelense.
Esta informação inclui, por exemplo, os conteúdos de conversas privadas e os nomes das pessoas envolvidas, incluindo cidadãos americanos que conversam com familiares em Israel e nos territórios palestinos.
"É um dos maiores abusos que já vi", destaca o analista de 31 anos, hoje refugiado na Rússia.
Segundo ele, estas informações foram compartilhadas com a Unidade 8200, elite de inteligência israelense, equivalente à NSA americana.
Snowden ficou famoso ao vazar para a imprensa milhares de conteúdos que demonstram a ampla vigilância que a NSA exerce no mundo. Procurado por espionagem e roubo de documentos que são propriedade do Estado, o técnico enfrenta uma pena de até 30 anos de prisão nos Estados Unidos.