O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, sem oferecer evidências, que o mecanismo de busca do Google está ocultando a cobertura da "mídia justa" a seu respeito e que tratará da situação, sem dar qualquer detalhe.
Em um par de tuítes, Trump disse que os resultados de buscas no Google para "Notícias de Trump" só mostraram reportagens do que ele classifica como mídia de notícias falsas.
"Eles ARMARAM para mim e outros", afirmou, culpando o Google, da Alphabet pelo que disse ser uma ação perigosa que promove grandes veículos de mídia como a CNN e suprime vozes políticas conservadoras.
"Esta é uma situação muito séria será tratada!", acrescentou, mas ser dar detalhes.
Representantes da Casa Branca não responderam de imediato a pedidos de comentários.
O Google disse que não favorece os resultados de pesquisa para fins políticos.
"Quando os usuários digitam consultas na barra de pesquisa do Google, nosso objetivo é garantir que eles recebam as respostas mais relevantes em questão de segundos", disse o Google em um comunicado.
....results on “Trump News” are from National Left-Wing Media, very dangerous. Google & others are suppressing voices of Conservatives and hiding information and news that is good. They are controlling what we can & cannot see. This is a very serious situation-will be addressed!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 28 de agosto de 2018
"A pesquisa não é usada para definir uma agenda política e não distorcemos nossos resultados para qualquer ideologia política. Todos os anos, emitimos centenas de melhorias em nossos algoritmos para garantir que eles exibam conteúdo de alta qualidade em resposta a consultas dos usuários. Trabalhamos continuamente para melhorar o Google Search e nunca classificamos os resultados da pesquisa para manipular o sentimento político. "
Apesar da ciência exata por trás das buscas do Google na internet ser mantida em segredo, seus princípios básicos são amplamente conhecidos. Os resultados de pesquisa no Google são gerados por diversos fatores medidos por algoritmos da empresa.
Eles incluem a determinação da relevância de um site contando o número de links para a página. Outros fatores, como o histórico de navegação pessoal e como determinadas palavras-chave aparecem na página, também afetam a classificação das páginas. Sites populares de notícias, como o CNN.com e o NYTimes.com, podem aparecer em pesquisas com base nesses fatores.
Trump vem criticando há tempos a cobertura jornalística a seu respeito e usando o termo 'notícias falsas' para descrever frequentemente reportagens críticas. Ele fez das redes sociais, particularmente o Twitter, uma parte integral de sua Presidência, e já acusou empresas de redes sociais, como Twitter e Facebook, de censura.
A acusação de Trump sobre um suposto viés do Google veio no momento em que empresas de redes sociais têm suspendido contas, proibido certos usuários e retirado conteúdos devido à pressão do Congresso dos EUA para que policiem a propaganda estrangeira e as contas falsas que visam interferir na política norte-americana, aí incluídas operações ligadas ao Irã e à Rússia.
Companhias como Facebook e Twitter também estão sendo pressionadas a remover conteúdos conspiratórios e discursos de ódio - mas as empresas de tecnologia têm dito que não retiram conteúdo por razões políticas.
Alguns parlamentares republicanos também expressaram o temor de empresas de redes sociais removerem conteúdos de alguns conservadores e pediram ao executivo-chefe do Twitter para depor a um comitê da Câmara dos Deputados no dia 5 de setembro.
No início deste mês, o YouTube se uniu à Apple e ao Facebook ao retirar alguns conteúdos do Infowars, site administrado por Alex Jones, conhecido por suas teorias conspiratórias que também foi suspenso temporariamente do Twitter.
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