A União Europeia e Cuba concordaram em acelerar o ritmo das negociações sobre a melhoria das relações bilaterais, esperando chegar a um acordo básico até o final de 2015, disse a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini.
UE e Cuba iniciaram conversações em abril do ano passado para remodelar seu acordo político bilateral, parte de um aprofundamento das relações desde que o bloco de 28 nações suspendeu as sanções diplomáticas contra o país em 2008.
Mas eles só mantiveram três encontros em 11 meses, o que levou os europeus a sugerirem um ritmo mais rápido, com o qual os cubanos concordaram, disse Federica na terça-feira a jornalistas em Havana, depois de se reunir com o presidente cubano, Raúl Castro, e outros funcionários de alto escalão.
Ela definiu como "lento" o ritmo dos avanços, mas disse que estavam ganhando "força política”. "Decidimos hoje acelerar o ritmo das nossas negociações e esperamos conseguir finalizar a estrutura de nosso diálogo e acordo até o final deste ano", afirmou Federica a repórteres.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, deve que vai visitar Federica em Bruxelas, em 22 de abril. Assim como a viagem dela a Havana, esse encontro não fará parte das negociações formais.
Nesse meio tempo eles também vão encontrar-se na Cúpula das Américas, de 10 a 11 de abril, no Panamá, para a qual Cuba e a UE foram convidados pela primeira vez. Além disso, as autoridades cubanas vão participar de uma cúpula de líderes europeus e latino-americanos, marcada para junho, em Bruxelas.
Com tantas oportunidades para conversas dentro e fora das negociações formais, representantes da UE disseram ter esperanças de chegar a um acordo até o final do ano, apesar de Cuba não ter-se comprometido com essa meta.
Federica se recusou a analisar os motivos da lentidão, atribuindo parte do atraso ao fato de ter assumido o cargo em novembro. Nesse período, Cuba indicou conversações com os Estados Unidos, e os antigos adversários anunciaram em dezembro que iriam restabelecer relações diplomáticas.
Estados Unidos e Cuba organizaram rapidamente reuniões de alto nível em Havana e Washington, enquanto as negociações UE-Cuba foram adiadas duas vezes.
Apesar de as relações com a Europa não serem tão conturbadas como o conflito aberto entre os Estados Unidos e Cuba, elas se mantiveram tensas ao longo dos anos.
Um ano atrás, a UE concordou em alterar sua política para Cuba, conhecida como posição comum, a qual definia como prioridade as reformas democráticas e a melhoria dos direitos humanos na ilha.
(Reportagem de Daniel Trotta)