A Universidade de Miami concedeu nesta sexta-feira, na Costa Rica, uma bolsa de estudos a qual pretende abrir novas oportunidades de desenvolvimento para estudantes da América Latina e do Caribe.
O mexicano Julio Frenk, reitor da Universidade de Miami (UM), uma das 50 melhor consideradas dos Estados Unidos, entregou de forma oficial a bolsa de estudos Payless ShoeSource de graduação à jovem estudante Chantal Newel, de Trinidad e Tobago.
"Os jovens da América Latina têm o talento, e os recursos financeiros não devem ser um obstáculo para que eles possam desenvolver todo o seu potencial. O acesso à excelência é a forma com a qual podemos fazer surgir a nossa sociedade", declarou Frenk no ato.
A UM, que promove que a América Latina e o Caribe emerjam como vozes proeminentes no diálogo global, visa se transformar em uma universidade hemisférica, na qual seja desenvolvida uma estratégia baseada em associações amplas e consórcios institucionais.
Este projeto inclui colaborações de pesquisa, troca de conhecimentos, programas de intercâmbios para estudantes e professores para traçar um caminho de integração nas Américas e eventualmente no mundo.
A bolsa de estudos Payless ShoeSource é um passo importante para alcançar os objetivos de desenvolvimento destes estudantes que buscam aprender em diferentes campos, seja pesquisa, serviço público, ensino, esportes, atendimento médico, artes, entre muitas outras.
O grupo Payless na América Latina estabeleceu um fundo de cooperação filantrópica e na qual a primeira beneficiária foi Newel, que se mostrou grata por poder cursar seus estudos na Universidade de Miami.
"Sem sua generosidade, não estaria aqui, estou muito agradecida. Sei que trabalhei muito para conseguir, mas também acredito que há outros estudantes dedicados que trabalham duro e estão em uma situação difícil", afirmou Newel.
A universidade conta com nove escolas que oferecem graduação com um currículo flexível, onde podem ser misturadas diferentes áreas, algo necessário para obter sucesso devido ao mercado em transformação.
Por sua vez, Frenk declarou à Efe que a UM quer fazer um apelo para que outras organizações, instituições e líderes da região se unam para beneficiar estudantes de seu país e estabeleçam programas similares.
"Não há melhor investimento do que investir na educação, a UM está no top 50 de universidades dos EUA e tem uma ligação especial com a América Latina. Existem estudantes muito talentosos que nem sequer tentam entrar na universidade porque acreditam que não vão poder cobrir os custos desta educação", afirmou o mexicano.
Para o reitor, uma das vantagens da UM é contar com um programa inovador, além de ficar em uma cidade cosmopolita e ter localização geográfica em Miami que a torna facilmente acessível por via aérea.
O objetivo é fazer com que o aluno realize seus estudos na Universidade de Miami para que depois retorne a seu país de origem e ponha em prática sua aprendizagem para gerar desenvolvimento.
Segundo Frenk, a UM é um centro de estudos seletivo que avalia o bom desempenho acadêmico, mas ao qual também interessa a personalidade da pessoa, seu caráter e capacidade de ser um membro construtivo da comunidade.
Participaram do ato a vice-presidente costa-riquenha, Ana Helena Chacón, o chanceler do país, Manuel González, e o ministro da Saúde, Fernando Llorca.
"Esta realização marca um importante investimento em educação, a qual é uma ponte para nossas economias e nossos parceiros. O único investimento rentável é quando caminhamos pela vida com nosso próprio intelecto", disse Chacón em seu discurso.
Também estiveram no evento a vice-presidente associada de relações com ex-alunos da Universidade de Miami, Donna Arbide, o vice-presidente sênior para desenvolvimento universitário e Relações Exteriores da Universidade de Miami, Sergio González e os representantes da Payless ShoeSource Joseph Esau e Edgar Zürcher.
As atividades fazem parte do tour "We Are One Tour" que promove a interconexão entre estudantes com empresários para o desenvolvimento de capacidades.
Do total de 15 mil alunos da UM - criada em 1925, apenas 29 anos depois da fundação de Miami (1896) -, 25% são de origem hispânica, com nacionalidade americana ou de outros países de língua espanhola. Além disso, mais de 10% são afrodescendentes, sejam americanos ou provenientes de outros países, caribenhos fundamentalmente.