WikiLeaks: Assange denuncia "julgamento-espetáculo" de Manning

4 jun 2013 - 14h13
(atualizado às 14h32)
<p>Assange, em imagem de 20 de dezembro de 2012</p>
Assange, em imagem de 20 de dezembro de 2012
Foto: Reuters

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, condenou nesta terça-feira o "julgamento-espetáculo" de Bradley Manning, o soldado americano acusado de ter vazado 700 mil documentos confidenciais dos Estados Unidos ao site. O ativista australiano está refugiado na embaixada do Equador em Londres.

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"O julgamento em corte marcial do preso político mais importante da história moderna dos Estados Unidos finalmente começou", declarou Julian Assange em um comunicado publicado no site WikiLeaks. O ciberativista australiano denunciou o fato de o soldado americano, em julgamento desde segunda-feira na base militar de Fort Meade, Maryland, ter sido acusado pelo "crime de dizer a verdade".

"Isto não é justiça. Não pode ser, de maneira alguma, justiça. O veredicto foi lançado há muito tempo", acrescentou. "É justo descrever o que acontece com Bradley Manning como um 'julgamento-espetáculo", escreveu. "Este é um exercício de relações públicas destinado a fornecer ao governo (dos Estados Unidos) um álibi para a posteridade. Este é um show de vingança inútil, um alerta teatral às pessoas com consciência".

Se o governo americano provar que os milhares de documentos secretos divulgados por Bradley Manning chegou às mãos da Al-Qaeda, ele poderá ser condenado a prisão perpétua. Manning se declarou culpado de dez acusações das 22 que pesam contra ele, mas disse não ter culpa das mais pesadas, como a de "conluio com o inimigo" e de "publicação de documentos da inteligência militar sabendo que eles estariam acessíveis ao inimigo". A acusação refere-se ao vazamento de 700 mil documentos secretos, um dos maiores na história dos Estados Unidos.

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Manning é acusado de fornecer milhares de documentos secretos do governo ao WikiLeaks
Foto: AP

Julian Assange, de 41 anos, buscou asilo político em 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador para escapar da extradição para a Suécia, onde deveria responder por um caso de estupro. Assange teme ser levado para os Estados Unidos, onde poderá ser sentenciado à morte ou à prisão perpétua por divulgar documentos confidenciais no WikiLeaks.

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