O Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, não conseguiu eleger a maioria absoluta dos deputados do Parlamento britânico nas eleições gerais realizadas na quinta-feira no Reino Unido.
Apesar de os conservadores saírem da eleição como o maior partido no Parlamento, a agremiação não conseguiu obter os 326 assentos necessários para governar sem a necessidade de coalizão ou apoios pontuais negociados com os demais partidos.
Theresa May havia convocado eleições antecipadas com a intenção de aumentar sua maioria no Parlamento e se fortalecer para as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit.
Ela assumiu o cargo no ano passado em substituição a David Cameron, que renunciou após sair derrotado no plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da UE.
O resultado significa uma grande derrota para a estratégia de May. Há menos de dois meses, quando as eleições foram convocadas, o Partido Conservador aparecia nas pesquisas com uma ampla margem de diferença em relação aos seus principais rivais, o Partido Trabalhista.
Muitos analistas previam então que os conservadores poderiam eleger uma bancada muito maior e ampliar consideravelmente sua maioria no Parlamento.
Com 649 dos 650 distritos contabilizados, os conservadores tinham 318 assentos, contra 261 do Partido Trabalhista.
Em um discurso após a divulgação dos primeiros dados, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn pediu a renúncia da premiê.
"Ela perdeu apoio, perdeu confiança, perdeu votos. Isso é suficiente para que ela saia", disse.
Segundo a editora de política da BBC, Laura Kuessenberg, porém, a primeira-ministra teria afirmado aos seus colegas de partido que pretende permanecer no cargo e formar um governo baseado no fato de que os conservadores foram o partido que tiveram o maior número de votos e que elegeu o maior número de deputados.
Não se sabe ainda se ela tentará negociar uma coalizão com outros partidos. Sem maioria, o Partido Conservador terá dificuldades para aprovar medidas - em um momento de complicadas negociações com a União Europeia.