O escândalo de compra de vagas em universidades dos Estados Unidos deflagrado nesta semana desencadeou ações civis em que pais ricos e bem relacionados e escolas de prestígio são acusados de tramarem para que os filhos desses pais fossem aceitos à custa dos menos abastados.
As ações civis começaram a emergir na quarta-feira, um dia depois de procuradores federais afirmarem que uma empresa da Califórnia recebeu cerca de 25 milhões de dólares de pais que buscavam vagas para seus filhos em escolas de elite como a Universidade Georgetown, Universidade Stanford, Universidade Yale e Universidade do Sul da Califórnia.
Cinquenta pessoas, incluindo 33 pais, são alvos de acusações criminais no maior escândalo de compra de vagas conhecido da nação. O suposto mentor do esquema, William Singer, se declarou culpado de acusações de extorsão.
Em uma das ações civis, Erica Olsen e Kalea Woods, estudantes de Stanford, disseram que foram privadas de uma oportunidade justa de conseguirem vagas em Yale e na Universidade do Sul da Califórnia por causa de uma suposta extorsão e que seus créditos de Stanford perderão valor.
Singer e oito escolas, incluindo Stanford, foram identificados como réus na ação civil, que não especificou quanto pleiteia de indenização.
Outra ação civil de Joshua Toy e sua mãe sustenta que uma vaga lhe foi negada apesar de ele ter tido uma nota média de 4,2, e pede 500 bilhões de dólares de indenização de 45 réus por o terem defraudado e infligido distúrbios emocionais a todos cujos "direitos a uma chance justa" de entrar em uma universidade foram usurpados.
Os réus neste caso incluem Singer e pais acusados, entre eles a atriz Felicity Huffman, a atriz Lori Loughlin e seu marido estilista, Mossimo Giannulli, e o sócio da empresa de fundos privados TPG William McGlashan Jr.
Os advogados dos demandantes não responderam de imediato a pedidos de comentário.
Um porta-voz de Stanford disse que a universidade está analisando a ação civil.