A Promotoria de Long Island, em Nova York, abriu uma investigação contra o deputado republicano eleito George Santos, filho de migrantes brasileiros que admitiu ter mentido em diversos pontos de seu currículo e vida pessoal durante a campanha eleitoral de novembro.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (29) pela agência Associated Press (AP), citando a promotora distrital do condado de Nassau, a republicana Anne T. Donnelly, que classificou as "mentiras e inconsistências do político" como "nada menos que surpreendentes".
"Os residentes deste condado de Nassau e de outras partes do terceiro distrito devem ter um representante honesto e responsável no Congresso", declarou ela, enfatizando que "se um crime foi cometido, nós o processaremos".
Santos admitiu que não se formou na Universidade de Baruch em 2010 - nem em qualquer outro lugar - e que não trabalhou no Citigroup nem no Goldman Sachs.
Ele ainda minimizou sua declaração de que era judeu, alegando que nunca disse isso, mas que falou sobre a fuga de seus avós maternos judeus dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Por outro lado, Santos não explicou outras inconsistências sobre suas finanças e propriedades. A expectativa é de que o inquérito apure esses dois pontos, tendo em vista que o candidato afirmou que devia "milhares de dólares" em aluguéis nos EUA, desmanchando a imagem de conquistador do "sonho americano", mas não esclareceu como conseguiu investir US$ 700 mil em sua candidatura mesmo com tantas dívidas.
Segundo o brasileiro, a maior parte de sua riqueza vem de uma empresa da Flórida da qual ele é o único proprietário: a Devolder Organization. No entanto, documentos vistos pelo jornal "Washington Post" mostram que a companhia foi criada em maio de 2021, apenas um mês antes de Santos anunciar sua candidatura, e que teve, em julho de 2022, um faturamento de apenas US$ 43.688.
Além disso, depois de se vangloriar de possuir cerca de 13 imóveis, Santos admitiu que não tem nenhuma casa e que é hóspede da própria irmã. O republicano, que foi eleito para representar uma parte da cidade de Long Island e o distrito do Queens, em Nova York, também é acusado de fraude, em um tribunal no Brasil, por assinar cheques de talões roubados. .