O papa Francisco também vai participar da Cúpula Climática de Líderes convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para discutir a crise ambiental no planeta.
O evento acontece em 22 e 23 de abril, de forma virtual, e deve ter o desmatamento na Amazônia como um dos principais temas em pauta. Jorge Bergoglio, que já dedicou uma encíclica a questões ambientais e um Sínodo à Floresta Amazônica, vai falar na segunda sessão do dia de abertura da cúpula, assim como representantes do setor privado e da sociedade civil.
A programação do evento foi divulgada nesta quarta-feira (21) pelo Departamento de Estado dos EUA, e a sessão de inauguração será conduzida pelo presidente Joe Biden e por sua vice, Kamala Harris. "Essa sessão vai enfatizar a necessidade urgente de as principais economias do mundo fortalecerem suas ambições climáticas até a COP26 [em novembro] para manter sob seu alcance a meta de limitar o aquecimento a 1,5ºC", diz o governo americano.
Segundo a programação, essa sessão dará a oportunidade de os "líderes destacarem os desafios climáticos enfrentados por seus países" e para "anunciarem novos passos para fortalecer sua ambição" nas metas ambientais.
27 líderes estão escalados para falar na primeira sessão, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, que enviou uma carta a Biden na semana passada prometendo eliminar o desmatamento ilegal até 2030.
Também vão participar o secretário-geral da ONU, António Guterres, os presidentes da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e os primeiros-ministros da Itália, Mario Draghi, da Índia, Narendra Modi, e do Japão, Yoshihide Suga, entre outros líderes.
O Brasil ainda será representado em outra sessão da cúpula por Sineia Bezerra do Vale, integrante do Conselho Indígena de Roraima. O evento acontece em um momento de crescente pressão sobre o governo Bolsonaro para coibir a devastação da Amazônia, já que combater a crise climática é uma das principais promessas de Biden.
Comunidades indígenas e representantes da sociedade civil já lançaram manifestos pedindo que o presidente dos EUA não assine acordos ambientais com Bolsonaro. Além disso, o Twitter é palco nesta quarta-feira de um movimento pedindo a demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado de fazer vista grossa para a destruição da Amazônia.