EUA e Polônia discordam sobre doação de caças à Ucrânia

Países não querem assumir responsabilidade por eventual repasse

9 mar 2022 - 09h49
(atualizado às 10h04)

Em meio à pressão da Ucrânia por ajuda para proteger seu espaço aéreo, Estados Unidos e Polônia não chegaram a um acordo sobre uma possível doação de caças militares para o país, que é alvo de uma invasão promovida pela Rússia desde 24 de fevereiro.

Caças MIG-29 da Força Aérea da Polônia
Caças MIG-29 da Força Aérea da Polônia
Foto: A / Ansa - Brasil

No início da semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que estava em análise uma proposta para a Polônia ceder seus jatos MIG-29, modelo de origem soviética, para a Força Aérea ucraniana, medida que encontrava resistência em Varsóvia, já que poderia envolver o país diretamente na guerra.

Publicidade

Para tentar resolver o impasse, o governo polonês ofereceu entregar os caças para uma base militar dos Estados Unidos na Alemanha, e depois as Forças Armadas americanas os cederiam para a Ucrânia, mas Washington se recusou.

Em briefing com a imprensa na última terça-feira (8), o porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que a proposta da Polônia não é "praticável". Segundo ele, a ideia de ter aviões decolando de uma base dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para um espaço aéreo disputado com a Rússia "levanta sérias preocupações em toda a aliança".

O próprio Kremlin afirmou nesta quarta-feira (9) que a eventual doação de caças poloneses para a Ucrânia via Estados Unidos criaria um "cenário altamente indesejável e potencialmente perigoso".

Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cobrou o Ocidente para tomar uma decisão sobre os aviões militares "o quanto antes". "Vai haver uma decisão? Olhem, estamos em guerra!", disse o mandatário, que já teve recusado um pedido de criar uma zona de exclusão aérea no país.

Publicidade

"Temos visto na imprensa discussões entre os lados americano e polonês, mas achamos que a oferta polonesa não tem apoio. Não temos tempo para todos esses sinais, isso não é ping-pong. São vidas humanas", acrescentou Zelensky.

Até o momento, a tática do Ocidente tem sido a de tentar sufocar o regime de Vladimir Putin financeiramente com sanções, mas sem se envolver diretamente no conflito para evitar uma guerra de proporções globais.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se