Os Estados Unidos proibiram na quarta-feira o uso de um corante alimentar sintético que dá a alguns doces, bolos e certos medicamentos orais uma cor vermelho-cereja, após evidências de que o corante causa câncer em ratos de laboratório.
A proibição do corante Vermelho Nº3 em produtos alimentícios pela Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) ocorre mais de três décadas depois que ele foi proibido em cosméticos.
"Não faz sentido para mim algo não poder ser usado em cosméticos, mas poder ser consumido. Estou muito satisfeita por eles finalmente terem feito o que eu acho que deveriam ter feito anos atrás", disse a peticionária Linda Birnbaum, ex-diretora do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e do Programa Nacional de Toxicologia.
Grupos de defesa do consumidor têm pressionado pela proibição do aditivo há vários anos, incluindo uma petição em 2022 para revisar estudos que mostram que a alta exposição ao aditivo pode causar câncer em ratos machos.
"A FDA não pode autorizar um aditivo alimentar ou um aditivo de cor se for descoberto que ele causa câncer em humanos ou animais", afirmou Jim Jones, vice-comissário para alimentos humanos.
O órgão regulador, no entanto, disse que os estudos em outros animais e em humanos não mostraram esses efeitos e que as evidências disponíveis não apoiam as alegações de que o uso do corante em alimentos e medicamentos orais coloca as pessoas em risco.
Os fabricantes que usam o Vermelho Nº3 em alimentos têm até 15 de janeiro de 2027 para reformular seus produtos e os fabricantes de medicamentos têm até 18 de janeiro de 2028 para cumprir a proibição.