EUA: Rússia pode invadir Ucrânia "a qualquer momento"

Secretário de Estado aponta novos deslocamentos na fronteira ucraniana; presidente Biden pede que americanos deixem a Ucrânia

11 fev 2022 - 09h13
(atualizado às 09h35)
Disparo de projétil em exercício militar das forças ucranianas
Disparo de projétil em exercício militar das forças ucranianas
Foto: DW / Deutsche Welle

A Rússia está concentrando ainda mais tropas perto da Ucrânia, e uma invasão pode ocorrer a qualquer momento, talvez antes do fim dos Jogos de Inverno de Pequim. O alerta foi feito nesta sexta-feira, 11, pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Imagens de satélite comerciais publicadas por uma empresa privada dos EUA mostram novos deslocamentos de militares russos para vários locais perto da Ucrânia.

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"Estamos em uma janela em que uma invasão pode começar a qualquer momento e, para ser claro, isso inclui durante os Jogos Olímpicos", afirmou Blinken em coletiva de imprensa durante visita à Austrália. Os Jogos de Pequim terminam em 20 de fevereiro.

"Simplificando, continuamos a ver sinais muito problemáticos de escalada russa, incluindo novas forças que chegam à fronteira ucraniana", ressaltou Blinken.

A Rússia já reuniu mais de 100 mil soldados perto da Ucrânia, e esta semana lançou exercícios militares conjuntos na vizinha Belarus e exercícios navais no Mar Negro.

Biden pede que americanos deixem a Ucrânia

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O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu aos cidadãos americanos na Ucrânia que deixem o país. "Os cidadãos americanos devem deixar a Ucrânia agora", afirmou Biden nesta quinta-feira, em entrevista à emissora norte-americana NBC.

"Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo", afirmou, se referindo ao acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. "Essa é uma situação muito diferente, e as coisas podem enlouquecer rapidamente'', disse.

Biden descartou o envio de tropas à Ucrânia, mesmo para resgatar americanos, ao responder a uma pergunta sobre se poderia surgir algum cenário que o leve a tomar essa medida. "É uma guerra mundial quando americanos e russos começam a atirar uns nos outros", justificou.

As declarações de Biden representam uma nova escalada após semanas de diplomacia entre Washington, Moscou, Kiev e várias capitais europeias.

Em janeiro, o governo dos EUA recomendou que seus cidadãos deixem a Ucrânia de forma independente por causa da situação "imprevisível" no terreno. Na época, também ordenou a saída de parentes de diplomatas americanos na capital ucraniana e alertou seus cidadãos contra viajar para a Rússia.

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A Casa Branca aprovou um plano do Pentágono para que seus soldados na Polônia construam abrigos temporários e se preparem caso seja necessário ajudar os americanos fugindo da Ucrânia no caso de um ataque russo ao país. Mas o plano não prevê o envio de tropas para retirada de americanos, como ocorrido no Afeganistão.

De acordo com dados do Departamento de Estado dos EUA, havia 6.500 cidadãos americanos na Ucrânia até o último mês de outubro.

Em meio às crescentes tensões, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou nesta quinta-feira que a crise na Ucrânia se tornou "o momento mais perigoso'' para a Europa em décadas.

Cresce tensão militar

A concentração de tropas da Rússia nas fronteiras ucranianas inclui tropas enviadas a Belarus, para exercícios conjuntos massivos que incluem disparos de munição real. As manobras começaram nesta quinta-feira e vão até 20 de fevereiro.

A capital ucraniana está localizada a cerca de 75 quilômetros ao sul da fronteira com Belarus.

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Dando prosseguimento a seu acúmulo militar perto da Ucrânia, a Rússia transferiu seis navios de assalto anfíbios ao Mar Negro, aumentando sua capacidade de desembarcar fuzileiros navais na costa.

Moscou anunciou exercícios abrangentes nos mares Negro e de Azove nos próximos dias, fechando grandes áreas para a navegação comercial e gerando intensos protestos da Ucrânia nesta quinta-feira.

A Otan intensificou os destacamentos militares para reforçar o seu flanco no leste, com os EUA enviando tropas para a Polônia e a Romênia.

A Marinha dos EUA disse na quinta-feira que enviou quatro contratorpedeiros dos Estados Unidos para águas europeias. A Marinha não associou o destacamento diretamente com a crise da Ucrânia, mas disse que os navios fornecem "flexibilidade adicional'' ao comandante da Sexta Frota dos EUA, cuja área de responsabilidade inclui o Mediterrâneo e que vai operar em apoio aos aliados da Otan.

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