EUA são desafiados por crescentes tensões com Coreia do Norte e Rússia pede calma

22 set 2017 - 19h07

A Rússia pediu nesta sexta-feira para "cabeças quentes" se acalmarem, conforme os Estados Unidos admitiram terem se sentido "desafiados" pelo aviso da Coreia do Norte de que pode testar uma bomba de hidrogênio sobre o Pacífico e o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, trocaram mais insultos.

Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, discursa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York
22/09/2017 REUTERS/Stephanie Keith
Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, discursa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York 22/09/2017 REUTERS/Stephanie Keith
Foto: Reuters

Trump chamou o líder norte-coreano de um "louco" nesta sexta-feira, um dia após Kim chamá-lo de "idiota dos EUA mentalmente perturbado" que irá enfrentar o "mais alto nível de contramedidas extremas da história" em retaliação por Trump ter dito que os EUA irão "destruir totalmente" a Coreia do Norte caso tenha seu território ou aliados ameaçados.

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"Precisamos acalmar as cabeças quentes", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a repórteres nas Nações Unidas, onde líderes mundiais se juntaram nesta semana para a Assembleia-Geral da ONU. "Nós continuamos buscando a abordagem sensata, e não emocional... da luta de jardim de infância entre crianças".

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, expressou esperança em uma entrevista à ABC de que sanções e "vozes de todos os cantos do mundo" podem levar a Coreia do Norte de volta a conversas, mas admitiu que retóricas intensificadas haviam deixado Washington "bem provocada".

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, alertou na quinta-feira que Kim pode considerar um teste de bomba de hidrogênio em uma escala sem precedentes sobre o Pacífico. Ri, que deve falar à ONU no sábado, acrescentou não saber os pensamentos exatos de Kim.

Em resposta, Tillerson disse que esforços diplomáticos dos EUA irão continuar, mas que todas as opções militares ainda estão na mesa.

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Todos os seis testes nucleares da Coreia do Norte até o momento foram subterrâneos, e especialistas dizem que um teste atmosférico, que seria o primeiro desde um da China em 1980, seria prova do sucesso de seu programa de armas.

Uma autoridade dos EUA, falando em condição de anonimato, disse que Washington está levando a sério a ameaça de Kim e acrescentou que qualquer teste atmosférico será um "divisor de águas".

Mas ele disse que há dúvidas sobre as capacidades técnicas da Coreia do Norte e que Washington não deu "muito crédito" a Pyongyang tomar tal ação. "Há uma certa quantidade de barulho que é dada como certa quando você está lidando com a Coreia do Norte", disse a autoridade à Reuters.

"INACEITÁVEL"

Pyongyang realizou seu sexto e maior teste nuclear em 3 de setembro e lançou dezenas de mísseis neste ano, à medida que acelera um programa desenhado para permitir atingir os EUA com um míssil equipado com uma ogiva nuclear.

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Lavrov promoveu novamente nesta sexta-feira uma proposta de Moscou e Pequim para uma suspensão dupla de testes de armas da Coreia do Norte e exercícios militares entre Coreia do Sul e Estados Unidos para iniciar conversas. Lavrov sugeriu que um país europeu neutro pode mediar.

Ele descreveu a troca de insultos entre líderes dos EUA e Coreia do Norte como "muito ruim, inaceitável".

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