A Europa está "ferrada" se o Parlamento Europeu parar de se reunir na cidade francesa de Estrasburgo uma vez por mês e só se reunir em Bruxelas, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, nesta terça-feira.
"Neste momento, estou lutando com unhas e dentes pela ideia de que o Parlamento Europeu deveria se reunir em Estrasburgo", disse Macron a universitário em Vilnius, capital da Lituânia.
"Se aceitarmos que o Parlamento Europeu só se reúna em Bruxelas, estamos ferrados, porque em 10 anos tudo acontecerá em Bruxelas e as pessoas só conversarão entre si em Bruxelas", acrescentou.
Na semana passada, Macron se queixou em uma carta ao presidente do Parlamento Europeu a respeito da decisão da assembleia de só realizar sessões em Bruxelas por ora devido à pandemia de coronavírus.
Em tempos normais, os parlamentares se reúnem em Estrasburgo por uma semana a cada mês e na cidade belga de Bruxelas nas restantes. A movimentação mensal custa ao bloco 114 milhões de euros por ano, disseram auditores da União Europeia.
Críticos pedem há tempos que o arranjo seja descartado, mas ele vem sendo mantido principalmente porque a França vetaria qualquer tentativa de fazer as emendas necessárias no tratado da UE.
A França diz que Estrasburgo, que faz divisa com a Alemanha, é um símbolo da reconciliação europeia do pós-guerra e que as instituições do continente não deveriam estar todas centralizadas em uma cidade.