1º julgamento britânico por mutilação sexual tem absolvição

Prática é comum em vários países da África e existem cerca de 170.000 mulheres submetidas a ela no Reino Unido

4 fev 2015 - 19h18
(atualizado às 22h36)
<p>Dhanuson Dharmasena disse que não teve outra opção que não fazer a operação.</p>
Dhanuson Dharmasena disse que não teve outra opção que não fazer a operação.
Foto: Toby Melville / Reuters

Um tribunal de Londres absolveu nesta terça-feira um médico acusado de praticar mutilação genital, no primeiro julgamento no Reino Unido dedicado a este rito, considerado tradicional em muitos países, sobretudo da África.

Dhanuson Dharmasena, de 32 anos, disse ter se sentido "extremamente aliviado" com a decisão do júri, que só precisou deliberar durante 30 minutos. O médico expressou sua oposição a esta prática, mas alegou que não teve outra opção além de fazê-la.

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A mulher tinha 24 anos em 2012, quando ocorreram os fatos, e aos 6 anos, ainda na Somália, havia sido submetida à circuncisão feminina.

Para permitir à mulher dar à luz seu primeiro filho, Dharmasena retirou os pontos costurados quando ela era ainda uma menina em seus lábios genitais, e depois os costurou de novo, o que fez dele um suspeito de mutilação.

Os críticos deste ritual questionaram porque a justiça escolheu um caso tão discutível para apresentar o tema à Justiça pela primeira vez, quando há 170.000 mulheres submetidas a ele no país.

A lei anti-excisão, que visa a coibir esta prática, foi estendida em 2003 para torná-la um crime quando cidadãos ou residentes britânicos a realizarem mesmo em locais, sobretudo na África, onde é permitida.

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