Pelo menos 13 imigrantes, incluindo crianças, morreram neste domingo após o bote em que estavam colidir com um ferry boat em águas da Turquia, afirmou a guarda costeira turca.
O acidente ocorreu perto no porto de Galípoli. O bote estava a caminho da ilha grega de Lesbos.
Num outro acidente, a guarda costeira da Grécia informou que 26 pessoas estavam desaparecidas de um barco, também nas imediações de Lesbos.
Enquanto isso, milhares de imigrantes continuam a cruzar fronteiras no sul da Europa, muitos agora alcançando a Áustria.
"Perdemos as crianças"
A guarda costeira turca informou ter entrado em alerta após tomar conhecimento da colisão entre um navio comercial e um bote com imigrantes perto de Galípoli.
O órgão enviou um helicóptero e seis botes de resgate à região.
Oito pessoas foram resgatadas, uma delas com ferimentos graves. Relatos não confirmados apontam que quatro das vítimas eram crianças.
Um sobrevivente que se identificou como Haseen relatou o acidente à agência de notícias AFP. "Estava escuro e vimos o navio se aproximando. Tentamos sinalizar com lanternas e celulares, mas não nos viram."
Os passageiros foram jogados no mar. "Perdemos as crianças. Não conseguimos vê-las no mar", afirmou Hassen.
No segundo acidente, a guarda costeira grega disse ter resgatado 22 pessoas localizadas no mar no entorno de Lesbos - mas outras 26 estariam desaparecidas.
No sábado, uma menina de 5 anos e 13 pessoas teriam desaparecido após o bote em que estavam também ter afundado perto de Lesbos.
Viagens em embarcações improvisadas entre a Turquia e as ilhas gregas são frequentes e perigosas para imigrantes, muitos dos quais fogem de conflitos no Iraque, Síria e Afeganistão.
Troca de acusações
Os acidentes ocorrem em meio à movimentação de milhares de imigrantes rumo ao norte da Europa, a maioria tentando chegar à Alemanha e aos países da Escandinávia.
A Áustria registrou a chegada de ao menos 10 mil imigrantes no sábado, e outros 7 mil estão congestionando a fronteira com a Hungria na região de Nickelsdorf.
A Alemanha informou que espera neste domingo o desembarque de mil imigrantes em dois trens provenientes da Áustria.
Outros cinco trens, com 500 passageiros cada um, são esperados na segunda-feira. O país informou que um centro de recepção para 400 imigrantres em Wertheim, no sul do país, foi destruído num ataque criminoso na manhã deste domingo.
Em meio a novas restrições de trânsito entre os países, longas filas de pessoas e carros foram registradas nas fronteiras da Eslovênia com a Croácia e a Áustria.
Áustria, Hungria, Eslovênia e Croácia trocaram acusações sobre a gestão da crise nos últimos dias.
A Croácia inicialmente disse receber os imigrantes com bons olhos, mas depois afirmou ser incapaz de lidar com o fluxo de pessoas e direcionou os imigrantes para a fronteira com a Hungria, que rapidamente colocou os refugiados em trens para a Áustria.
A Hungria e a Romênia também trocaram farpas sobre o plano húngaro de erguer uma cerca ao longo da fronteira entre os países. A Hungria já construiu uma cerca de arame farpado em sua fronteira com a Sérvia e está erguendo outra na divisa com a Croácia.
O ministro das relações exteriores da Romênia, Bogdan Aurescu, classificou as ações da Hungria como "autistas e inaceitáveis".
Peter Szijjarto, chanceler da Hungria, disse esperar "mais modéstia de um ministro cujo primeiro-ministro enfrenta um julgamento", em referência a um caso de corrupção.
A União Europeia vem sendo alvo de fortes críticas pelo fracasso em coordenar uma resposta conjunta à crise dos refugiados no continente.
Ministros do interior terão um encontro de emergência na terça-feira, em nova tentativa de coordenar a realocação dos refugiados e definir cotas para cada país.
No dia seguinte, líderes da União Europeia participarão de uma cúpula extraordinária sobre o tema.