Acordo climático global não pode prejudicar crescimento dos países, diz França

5 fev 2015 - 10h47

Um acordo global para reduzir as emissões de carbono deveria reconhecer o direito de cada nação de se desenvolver, afirmou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, que procura conquistar o apoio da Índia para um acordo nas conversações deste ano da ONU sobre o clima.

O ministro francês Laurent Fabius fala à imprensa após participar da cúpula em Nova Délhi. 05/02/2015
O ministro francês Laurent Fabius fala à imprensa após participar da cúpula em Nova Délhi. 05/02/2015
Foto: Adnan Abidi / Reuters

Fabius disse que os esforços para se chegar a um acordo, esperado na cúpula da ONU em dezembro em Paris, fracassariam se algum país considerar que isso possa prejudicar suas perspectivas econômicas.

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A Índia, terceiro maior emissor mundial de gases do efeito estufa, costuma falar em nome do mundo em desenvolvimento em questões de mudanças climáticas. Por isso, ganhar o seu apoio é considerado crucial para que os países possam chegar a um acordo.

"Um acordo que deixe alguns países avaliando que o seu crescimento será prejudicado por suas disposições não será aceito", disse Fabius em um encontro anual sobre desenvolvimento sustentável.

Fabius disse que entende "as restrições da Índia", já que o país procura fazer sua economia crescer.

A expectativa é que governos de todo mundo apresentem até 31 de março, um prazo limite informal, planos nacionais para controlar as emissões de gases de efeito estufa, os quais formarão a base do acordo global esperado na cúpula de Paris.

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A Índia resistiu por muito tempo à pressão para se comprometer com as metas de emissões, alegando que isso poderia prejudicar sua economia e que os países ricos deveriam assumir a maior parte do ônus da redução.

Em vez disso, a Índia se comprometeu com uma enorme expansão das energias renováveis e em melhorar a eficiência energética da sua economia em rápido crescimento, enquanto, ao mesmo tempo, aumenta a queima de carvão para atender à maior parte das suas crescentes necessidades energéticas.

Fabius também argumentou que os setores público e privado deveriam destinar mais dinheiro para um fundo climático verde, uma iniciativa da ONU que visa ajudar as nações pobres a lidar com o aquecimento global, se tiverem como meta uma bem-sucedida redução das emissões.

(Reportagem de Tommy Wilkes e Aditya Kalra)

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