Acordo em cúpula de Minsk prevê cessar-fogo para o leste da Ucrânia

12 fev 2015 - 09h14

Os líderes da Alemanha, França, Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo para acabar com os combates no leste da Ucrânia, disseram nesta quinta-feira os participantes da reunião de cúpula.

Presidentes de Belarus, Alexander Lukashenko (E), Vladimir Putin (Rússia), François Hollande (França) e Petro Poroshenko (Ucrânia); ao centro a chanceler alemã, Ângela Merkel, reunidos em Minsk para discutir a situação na Ucrânia. 11/2/2015
Presidentes de Belarus, Alexander Lukashenko (E), Vladimir Putin (Rússia), François Hollande (França) e Petro Poroshenko (Ucrânia); ao centro a chanceler alemã, Ângela Merkel, reunidos em Minsk para discutir a situação na Ucrânia. 11/2/2015
Foto: Grigory Dukor / Reuters

O acordo foi alcançado após negociações durante toda a noite na capital bielorrussa, Minsk, e inclui um cessar-fogo que entraria em vigor em 15 de fevereiro, seguido pela retirada das armas pesadas.

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A notícia surgiu num momento em que a Ucrânia recebeu a oferta de um empréstimo de 40 bilhões de dólares por parte do Fundo Monetário Internacional, uma tábua de salvação para evitar o colapso financeiro.

Os quatro líderes se comprometeram a respeitar a soberania e integridade territorial da Ucrânia, de acordo com uma declaração conjunta distribuída pelo Kremlin.

"A principal coisa alcançada é que a partir de sábado para domingo deve ser declarado um cessar-fogo geral, sem quaisquer condições em aspecto algum", disse o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, aos jornalistas.

O presidente francês, François Hollande, afirmou que ainda há muito trabalho a ser feito sobre a crise na Ucrânia, mas o acordo é uma oportunidade real para melhorar a situação. Ele disse que os separatistas pró-russos, que a certo ponto pareciam rejeitar o acordo, deram seu aval.

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Merkel e Hollande se uniram a Poroshenko e Putin para uma maratona de negociações que começou no início da noite de quarta-feira e continuou nesta quinta de manhã.

As discussões da cúpula ocorreram enquanto os separatistas pró-Moscou aumentavam a pressão sobre o governo central, em Kiev, desencadeando alguns dos piores combates da guerra na quarta-feira, quando mataram 19 soldados ucranianos em ataques perto da cidade de Debaltseve, um entroncamento ferroviário.

À medida que a luta se intensificava, Washington começou a falar abertamente em armar a Ucrânia para que se defendesse da "agressão russa", aumentando a perspectiva de uma guerra por procuração, no coração da Europa, entre inimigos da Guerra Fria.

A expectativa é que o resultado das conversações de Minsk influencie os debates em uma reunião de cúpula da UE em Bruxelas nesta quinta-feira, quando as sanções contra Moscou estarão na agenda. O acordo provavelmente significará uma linha mais branda em relação a Moscou.

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Merkel e Hollande devem chegar atrasados para a reunião de Bruxelas, mas pretendem instar a União Europeia a apoiar o acordo de Minsk.

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