Um tribunal turco decretou a prisão provisória de um estudante turco de 16 anos de idade por "caluniar o presidente", publicou nesta quinta-feira o jornal "Hürriyet".
O aluno, identificado pelas siglas M.E.A., estuda em um instituto da cidade de Konya, na Anatólia Central e foi acusado de caluniar o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por tê-lo chamado de corrupto e ladrão.
Ele foi detido no próprio colégio, um dia após fazer um discurso em uma comemoração estudantil.
O jovem foi preso sob a lei 297 do Código Penal da Turquia, que proíbe caluniar o presidente, e se for condenado pode pegar uma pena entre um e quatro anos de prisão, embora o procedimento só possa ser iniciado com o sinal verde do Ministério da Justiça.
O caso causou comoção na imprensa turca, não só pela idade do acusado, mas também porque não há casos recentes de prisão preventiva impostas por um delito de insulto ao presidente, um cargo mais bem cerimonial, ocupado por Erdogan desde agosto.
Erdogan, primeiro-ministro de 2003 a 2014, tem uma longa lista de ações judiciais contra jornalistas e artistas que considerava terem o ofendido, entre eles um grupo de teatro estudantil, mas os casos se resolveram com multas ou com a absolvição dos acusados, nunca com prisão.
Grande parte da oposição acredita que Erdogan é o responsável por uma rede de corrupção e subornos de alto nível que forçou em dezembro passado a renúncia de três ministros, embora a promotoria tenha arquivado a maioria das acusações por falta de provas.