A dançarina moldávia Domnica Cemortan, que chegou a ser apontada como um dos pivôs do naufrágio do navio Costa Concordia, disse estar "feliz" pela conclusão do processo contra o ex-comandante Francesco Schettino, condenado a 16 anos de prisão.
"Estou feliz que o caso tenha sido concluído com uma sentença extremamente equilibrada. O ressarcimento é justíssimo para minha qualidade de vítima", afirmou Cemortan, que deve receber cerca de 30 mil euros como indenização, imposta pelo tribunal que condenou Schettino na última quarta-feira (11).
O Costa Concordia naufragou em janeiro de 2012, na ilha de Giglio, na Itália. O acidente matou 32 pessoas e foi causado por uma manobra errada de Schettino, a qual fez o navio encalhar nas pedras e tombar. À época do acidente, surgiram denúncias de que o ex-comandante teria feiro a manobra para impressionar Cemortan, com quem havia jantado naquela noite. De acordo com testemunhas, a bailarina estava na cabine de Schettino no momento do acidente.
"Minha vida mudou desde aquele dia", disse a moldávia, referindo-se ao assédio da imprensa e às críticas que recebeu após o naufrágio. "Naquela noite, eu também corri o risco de morrer no navio. Participei do resgate dos passageiros, colocando minha vida em risco", disse.
O Tribunal de Grosseto condenou Schettino a 10 anos de prisão por múltiplas lesões e homicídios culposos, a cinco anos por naufrágio culposo e a um ano por abandono de navio e de incapazes. Ele ainda estará impedido de atuar como capitão pelo período de cinco anos e a concorrer a cargos públicos pelo resto de sua vida. Schettino e a empresa Costa Crociere, como responsável civil pelo ex-comandante, deverão desembolsar 12,3 milhões de euros em ressarcimentos para vítimas do naufrágio e instituições que lidam com os danos causados pelo acidente, como a região da Toscana, a província de Grosseto e a ilha de Giglio.
Como ainda cabe recurso à sentença, Schettino não está preso no momento.
Naufrágios que maracaram a história